sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Psicopatas: o Mal existe


Perfil dos Psicopatas


Traiçoeiros, desleais, indignos de confiança

Não é uma tarefa fácil diagnosticar indivíduos portadores de síndrome de psicopatia. Para tanto nos valemos das pesquisas desenvolvidas pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, professor da Universidade Colúmbia Britânica, pioneiro nos estudos de psicopatia. Os tópicos abaixo fazem parte do seu livro Without conscience: the disturbing world of the psychopaths. Sem consciência: o inquietante mundo dos psicopatas. Ed. Guilford Press, New York; p. 33-35. Ainda sem tradução para língua portuguesa.

Segue abaixo o texto traduzido por Gilson Marciano de Oliveira 



Simplistas e superficiais

Os psicopatas na maioria das vezes são inteligentes e articulados. Eles podem ser pessoas divertidas, interessantes, conversadoras, preparadas para dar respostas rápidas e inteligentes. De forma convincente, contam histórias improváveis, mas de maneira a que o assunto pareça verdadeiro. Eles são muito eficazes nas suas aparências e frequentemente são charmosos e simpáticos. No entanto, para muitas pessoas eles são muito dissimulados, de falsa docilidade, aparentando hipocrisia e superficialidade. São observadores astutos e muitas vezes tem-se a impressão que os psicopatas estão encenando algum papel, de forma mecânica, interpretando um roteiro já estabelecido. Um dos meus examinadores descreveu uma entrevista que ele fez com um prisioneiro: “Sentei-me e tirei a minha prancheta, sendo que a primeira coisa que o cara me disse era que eu tinha os olhos bonitos. Ele controlou meu trabalho completamente, fazendo alguns elogios a respeito de minha aparência ao longo da entrevista, fechando com o meu cabelo. Assim, quando eu terminei de guardar minhas coisas no fim da entrevista eu estava sentindo uma coisa rara... Bem bonito. Eu sou uma pessoa muito cuidadosa especialmente no meu trabalho, pois um dado falso pode desacreditar a entrevista. Quando cheguei lá fora, eu não podia acreditar que tinha caído numa linha de conversa como essa.”

Psicopatas podem divagar e contar histórias que parecem improváveis, levando-se em conta tudo aquilo que é conhecido a respeito deles. Normalmente, eles tentam parecer familiarizados com sociologia, psiquiatria, medicina, psicologia, filosofia, poesia, literatura, arte ou com o direito. Essas características nos permitem fazer uma leitura de que eles não possuem muitas preocupações em serem desmascarados. Um de nossos arquivos de prisão descreve um presidiário psicopata que afirma ter níveis mais avançados de sociologia e psicologia, quando na verdade ele nem sequer tinha concluído o ensino médio. Ele manteve essa ficção durante uma entrevista com um dos meus alunos, um candidato a doutorado em psicologia. O aluno comentou que o preso estava tão confiante nos seus conhecimentos de termos técnicos e conceitos que aqueles que não estão familiarizados com o campo da psicologia poderiam muito bem ficar impressionados. A variação sobre esses indivíduos especialistas em algum tema é comumente verificada entre os psicopatas.


Egocêntricos e narcisistas­

Os psicopatas são exageradamente narcisistas, dão grande importância para sua auto-estima, possuem um egocentrismo espantoso, e noções do que é correto. No entanto, pensam que são o centro do universo, seres superiores, que agem de acordo com suas próprias regras. “Não é que eu não queira seguir a lei”, disse um de nossos entrevistados. “Eu sigo a minha própria legislação. Eu nunca violo as minhas próprias regras.” O entrevistado descreveu essas regras em termos de “olhar para fora para um número.” Quando da entrevista de outro psicopata, preso por uma variedade de crimes que incluem a extorsão, violação e a fraude, foi perguntado se ele tinha algumas fraquezas. Ele respondeu: “Não possuo nenhuma fraqueza, exceto talvez por eu ser demasiado inquieto.Em uma escala de 10, avaliado por ele mesmo, respondeu: “Uns 10 no conjunto geral. Eu diria 12, mas daí eu estaria me vangloriando. Se eu tivesse tido uma educação melhor talvez eu fosse brilhante”. 

A grandiosidade e importância que os psicopatas dão para si mesmos geralmente surgem de forma espantosa nos tribunais. Por exemplo, não é difícil eles criticarem e abdicarem de seus advogados, assumindo as suas próprias defesas, normalmente com resultados desastrosos. “Meu parceiro pegou um ano de condenação. Eu peguei dois por culpa de um advogado idiota”, disse um de nossos entrevistados. Mais tarde o entrevistado tratou seu problema pessoalmente e viu sua pena ser aumentada para três anos. Psicopatas geralmente são percebidos como uma pessoa arrogante, descarada, fanfarrão, cheio de autoconfiança, opinativo e dominador. Eles gostam de ter poder e controle sobre os outros e parecem incapazes de acreditar que outras pessoas têm opiniões válidas diferente da deles. Eles parecem carismáticos e “eletrizantes” para algumas pessoas. 

Psicopatas raramente sentem-se embaraçados por problemas legais, com pessoas ou com finanças. Em vez disso, eles vêem os problemas como retrocessos temporários, resultados de má sorte, de amigos infiéis ou incompetentes, ou por injustiça do sistema.

Embora os psicopatas geralmente afirmem ter objetivos específicos em suas vidas, eles mostram pouco conhecimento das qualificações exigidas, não possuem idéias de como atingir seus objetivos, e pouca ou nenhuma chance de alcançá-los, dado seu histórico e pela falta de interesse contínuo no campo educacional. O detento psicopata pode pensar em liberdade condicional, imaginando planos mirabolantes para tornar-se um magnata ou dedicando-se para a advocacia para pobres. Um, que particularmente não era nenhum letrado, criou um título para um livro que pretendia escrever sobre si mesmo e já foi contando a fortuna que iria ganhar com a venda de seu best-seller... 


Falta de remorso ou culpa

Psicopatas demonstram uma impressionante falta de preocupação com os efeitos devastadores que suas ações têm sobre os outros. Muitas vezes, eles são completamente sinceros sobre o assunto, afirmando com calma que não possuem nem um sentimento de culpa, que não há motivos para pedirem desculpas pela dor e destruição que causaram, não existindo nenhuma razão para eles se preocuparem.

Quando perguntado se ele tinha algum arrependimento sobre uma vítima de roubo e esfaqueamento, que passou três meses em um hospital decorrente dos ferimentos recebidos, um dos nossos entrevistados respondeu: “Caia na real! Ele passa alguns meses em um hospital e eu apodreço aqui. Eu cortei ele um pouco, mas se eu pretendesse matá-lo eu teria cortado a sua garganta. Esse é o tipo de cara que eu sou, eu dei-lhe uma espetada.” Indagado se ele lamenta qualquer um de seus crimes, ele disse: “Eu não me arrependo de nada. O que está feito, está feito. Deve ter havido alguma razão para eu ter feito isso na época, e é por isso que foi feito.”

Por outro lado, psicopatas, por vezes, verbalizam remorso, mas depois se contradizem em palavras ou ações. Criminosos na prisão aprendem rapidamente que o remorso é uma palavra importante, um atenuante. Quando perguntado a um interno se ele teve remorso de um assassinato que ele cometeu, um jovem preso nos disse: “Sim, com certeza, sinto remorso.” Pressionei mais, ele disse que não “se sentia mal intimamente a respeito”.

Certa vez eu estava aturdido pela lógica de um preso que descreveu como a vítima havia sido beneficiada com o crime, aprendendo “uma dura lição de vida”. “O rapaz tinha apenas que culpar a si mesmo”, disse outro detento do homem que havia assassinado em uma discussão banal sobre o pagamento de uma fatura com código de barras. “Qualquer um poderia ter visto que eu estava com um péssimo humor naquela noite. O que ele queria por não ter se preocupado comigo”? Ele continuou: “Enfim, o cara nunca havia sofrido. Facadas em uma artéria é a maneira mais fácil de isso acontecer”.

A falta de remorso ou culpa verificada nos psicopatas está associada a uma notável capacidade de racionalizar seu comportamento e livrar-se da responsabilidade pessoal pelas ações que causam choque e decepção com a família, amigos e outras pessoas cumpridoras das regras sociais. Normalmente eles têm desculpas à mão para o seu comportamento, e, em alguns casos, eles costumam negar que tenham causado algum dano a outra pessoa.

Em alguns aspectos, como a emoção, eles são como os andróides retratados na ficção científica, incapazes de exprimir o que os seres humanos sentem na vida real. Um estuprador, qualificado com escore alto da Psychopathy Checklist, comentou que ele achou difícil simpatizar com suas vítimas. “Eles são assustados, né? Mas, veja você, eu realmente não entendo. Eu tenho medo mesmo, e nem por isso sou desagradável”.

Psicopatas vêem as pessoas como um pouco mais que objetos a serem utilizados para sua própria satisfação. Os fracos e vulneráveis – que eles zombam ao invés de sentir pena – são os alvos favoritos. “Não existe tal coisa no universo do psicopata, como o meramente fraco”, escreveu o psicólogo Robert Rieber. “Quem é fraco também é um otário, ou seja, é alguém que pede para ser explorado”...


Falta de empatia

Mentir, trapacear e manipular são talentos naturais dos psicopatas. Com seu poder de imaginação artístico e focado em si mesmo, os psicopatas parecem surpreendentemente imperturbáveis pela possibilidade – ou mesmo certeza – de não serem identificados. Quando pegos em uma mentira ou desafiados com a verdade, eles raramente ficam perplexos ou com vergonha – eles simplesmente mudam de assunto ou tentam reformular os fatos para que eles pareçam ser coerentes com a mentira. Os resultados são uma série de contraditórios e declarações que confundem o ouvinte completamente. 

Grande parte das mentiras parecem não ter outra motivação que, para o psicólogo Paul Ekman, seria como um “prazer”...Os psicopatas parecem orgulhosos de sua capacidade de mentir. Quando perguntado se ela mentiu facilmente, uma mulher com uma pontuação alta no Checklist Psychopathy riu e respondeu: “Eu sou a melhor, e sou realmente boa no que faço, porque eu acho que às vezes é bom admitir que exista algo ruim sobre mim. Eles pensam, bem, se ela está admitindo que possa ter algo de ruim nela, ela pode estar dizendo a verdade sobre o resto”. Ela também disse que, por vezes, “sais da mina” são como uma pepita de verdade. “Se eles pensam que algumas coisas que você diz são verdade, eles geralmente pensam que tudo é verdade”.

Muitos observadores têm a impressão que os psicopatas, por vezes, não sabem que estão mentindo, é como se as palavras possuíssem vida própria, e o falante não possui restrição nenhum quanto ao fato do ouvinte ter pleno conhecimento dos fatos. Para o psicopata é indiferente que ele possa ser identificado como um mentiroso, é verdadeiramente extraordinário, que faz com que o ouvinte a se perguntar sobre a sanidade do alto-falante. Mais frequentemente o ouvinte é envolvido...


Emoções superficiais

“Eu sou o filho da puta mais sangue-frio que você já conheceu”. Foi assim que Ted Bundy se descreveu para a polícia após finalmente ter sido preso.
Os psicopatas parecem sofrer de uma espécie de pobreza emocional que limita o alcance e a profundidade de seus sentimentos. Embora eles pareçam frios e sem emoção, muitas vezes são propensos a sentimentos dramáticos e superficiais. Observadores atentos ficam com a impressão de que estes sentimentos são uma encenação e que pouca coisa está acontecendo no seu pensamento íntimo.

Às vezes, eles afirmam experimentar emoções fortes, mas são incapazes de descrever as sutilezas de vários estados afetivos. Por exemplo, eles igualam o amor com a excitação sexual, tristeza com frustração, raiva com a irritabilidade. “Eu acredito nas emoções: ódio, raiva, luxúria e ganância”, disse Richard Ramirez, o “caçador noturno”...

A aparente falta de afeto normal e profundidade emocional levou os psicólogos JH Johns e HC Ouav a dizer que o psicopata “conhece as palavras, mas não a música”. Por exemplo, em um livro que faz uma abordagem sobre o ódio, violência e justificativa sobre o seu comportamento, Jack Abbot fez este comentário revelador: “Existem emoções – em todos os aspectos delas – que eu sei que só existem através das palavras, feitas através da leitura da minha imaginação imatura. Eu posso imaginar que eu sinto essas emoções (saber, portanto, que elas são), mas na verdade eu não tenho esse sentimento. Na idade de 37 anos eu sou apenas uma criança precoce. Minhas paixões são as de um menino”...



sábado, 20 de setembro de 2014

PSICOPATAS na Política


Todo o cuidado é pouco na hora de escolher em quem votar. Essa peste chamada PSICOPATA (sei do que estou falando: sou vítima preferencial de uma, junto com minha família toda, felizmente, pra eles, já desencarnados...) grassa como erva daninha em toda a parte, em todo o tipo de terreno, inclusive na Política, já que eles adoram o Poder a qualquer custo.

Analise o discurso dos candidatos nessas eleições, suas declarações, sua história de vida, suas realizações, seus apoios etc. etc.

Não dê moleza pra Bla-Bla-Blá, pra quem não tem coerência e diz uma coisa hoje e outra daqui a cinco minutos...

PSICOPATA é MENTIROSO PROFISSIONAL: cara dura, cínico, hipócrita.

LOBO EM PELE DE CORDEIRO.

PESSOA NEFASTA.


                                                                                                Imagem: Google


O POLÍTICO PSICOPATA


   Rogério Mendeslki


“Os políticos costumam aferrar-se ao poder como psicopatas”. 

(Hugo Marietan, médico-psiquiatra argentino e professor na Universidade de Buenos Aires.)

O psiquiatra argentino Hugo Marietán, numa entrevista ao jornal La Nación, de Buenos Aires, em fevereiro deste ano, fez uma instigante análise sobre a psicopatologia e os políticos, a qual cabe perfeitamente para certos homens que militam na política brasileira.

A jornalista Laura di Marco perguntou a Marietán como é possível de se distinguir um político decente de um político psicopata? A resposta do médico e professor da Universidade de Buenos Aires é o retrato falado de alguns políticos brasileiros que atualmente figuram nas primeiras páginas da imprensa. Eis a opinião do conceituado psiquiatra argentino.


Texto completo

"Uma característica básica do psicopata é que ele é um mentiroso, mas não é um mentiroso qualquer. É um artista. Mente com a palavra, mas também com o corpo. Atua. Pode, inclusive, fingir sensibilidade. Acreditamos nele uma e outra vez, porque é muito convincente. Um dirigente qualquer sabe que tem que cumprir sua função durante um tempo determinado. E cumprida a missão, vai embora. Ao psicopata, por outro lado, uma vez que está acima, ninguém pode tirá-lo: quer estar uma vez, duas, três vezes. Não deixa o poder e muito menos o delega”.

“Outra característica é a manipulação que faz das pessoas. Em torno do dirigente psicopata se movem pessoas que querem satisfazê-lo. Pessoas que, embaixo do efeito persuasivo, são capazes de fazer coisas de que outro modo não fariam. São pessoas subjugadas, sim, e, inclusive, podem ser de alto nível intelectual. O líder psicopata não considera os cidadãos como pessoas com direito, mas as consideram como coisas, porque o psicopata sempre trabalha para ele mesmo, ainda que em seu discurso diga tudo ao contrário.”

“O psicopata vê as pessoas como simples instrumentos. Ele carece da habilidade emocional da empatia, que é a capacidade de qualquer pessoa normal de pôr-se no lugar do outro. ‘As coisas’ (as pessoas), para o líder político com essas características, têm que estar a seu serviço: pessoas, dinheiro, a famosa caixa para pagamentos, para comprar vontades. Utilizam o dinheiro como elemento de pressão, porque utilizam a coerção. A pergunta do acionar psicopatológico típico é: como dobro a vontade do outro? Com um cargo, com um plano, com um subsídio? Como divido?”

“Os políticos importantes – concluiu o Dr. Hugo Marietán – geralmente são psicopatas por uma simples razão: o psicopata adora o poder. Utiliza as pessoas para obter mais e mais poder e as transformam em ‘coisas’ para o próprio benefício dele. Isto não quer dizer, logicamente, que todos os políticos ou todos os líderes sejam psicopatas, mas sim que o poder é um ambiente onde eles se movem como peixe na água”.


QUEM É MARITÁN

O psiquiatra Hugo Maritán, tem 57 anos, além de professor na UBA, é vice-diretor da revista de neuropsiquiatria Almaceón e coordenador do portal espanhol psiquiatria.com. Nos hospitais Moyano, Esteves e Borda, na capital argentina, dirigiu cursos de semiologia psiquiátrica.


A Verdade Sufocada


(Destaques da editoria do blog.)


sábado, 19 de julho de 2014

Amor próprio: o único patrimônio moral do psicopata


Psicopatas


Olavo de Carvalho


Todo psicopata é, por definição, psicologicamente invencível. Por mais que você lhe mostre seus erros e prove os seus crimes, ele continuará não só proclamando inocência, mas cantando vitória.

O psicopata não sente culpa, não sabe o que é o arrependimento interior, mas foge da vergonha exterior com uma obstinação inflexível, defendendo com a ferocidade de mil leões o único patrimônio moral que possui: o amor próprio. Aquele mesmo amor próprio que o cristão destrói sistematicamente todos os dias ao confessar seus pecados num tribunal interior onde o auto-engano não escapa ileso, é para o psicopata o supremo bem, a arma da qual depende para garantir sua subsistência, sua ascensão social, seu sucesso no mundo. Mesmo pego em flagrante, exibida ante os olhos do mundo a prova do seu crime, ele jamais admitirá: “Pequei, necessito do perdão.” Ele jamais sofrerá interiormente por ter feito o mal, por ter prejudicado um inocente, por ter lesado um irmão, por ter arruinado um amigo ou atacado covardemente um inimigo pelas costas. Em vez disso, produzirá do nada os mais extraordinários subterfúgios e racionalizações, apelando, se necessário e possível, ao mais rebuscado e postiço arremedo de erudição, para não dar o braço a torcer. Nenhuma lágrima de arrependimento correrá sobre a sua face, nenhum sincero pedido de perdão brotará da sua boca.

Se eu, por deslize e mesmo sem a intenção consciente de mentir, houvesse espalhado contra alguém um zunzum tão perverso quanto a historinha do meu fracasso num vestibular da USP, que Paulo Ghiraldelli e Bertone de Oliveira Sousa inventaram a meu respeito, tão logo advertido eu me sentiria tão mal, tão humilhado diante da minha própria consciência e de Deus, que não somente pediria perdão ao adversário difamado, como também perderia todo impulso de discutir com ele exceto nos termos mais amigáveis e respeitosos possíveis, caso ele, depois de tal cachorrada, ainda me concedesse essa honra.

Essa é a reação normal de um ser humano, mesmo sem fé religiosa. A religião pode aprimorar a consciência moral, mas só quando esta existe antes disso. Nenhuma conversão religiosa, por si, corrigirá um psicopata. Será preciso uma dura fiscalização externa para mantê-lo nos limites da conduta tolerável. Ou, para mudá-lo por dentro, um milagre.

Ghiraldelli e Bertone são obviamente psicopatas. Psicopatas leves, daqueles que não chegariam provavelmente ao homicídio, mas que vão abrindo caminho na vida com pequenos delitos sutis, quase imperceptíveis, defendendo-se valentemente contra qualquer intrusão da consciência moral num assunto tão importante quanto a glória do seu ego no mundo.

Numa situação normal, as pessoas têm geralmente alguma defesa instintiva contra esses indivíduos. Percebem vagamente que há neles algo de errado e, sem acusá-los de nada, se afastam deles por precaução.

A confusão moral generalizada no ambiente mental brasileiro, nos últimos anos, favorece, ao contrário, a ascensão de milhares desses tipos a lugares de destaque na sociedade: tornam-se jornalistas, professores, formadores de opinião, não raro políticos e governantes.

Dois fatores concorrem para o seu sucesso.

O primeiro é de ordem neurofisiológica. Eles não têm sentimentos morais, mas percebem os dos outros e sabem manipulá-los em vantagem própria. Isso acontece porque, diante de situações que normalmente deveriam tocar os seus corações, o que se ativa no seu cérebro não são as áreas emocionais, como nas demais pessoas, e sim a área da comunicação lingüística. Com a maior facilidade, eles dissolvem a percepção moral alheia numa pasta confusa de subterfúgios verbais que bloqueiam a certeza intuitiva e a substituem por dúvidas e desconversas desesperadoramente artificiosas, em geral superiores à capacidade de análise lógica do cidadão comum. Groucho Marx satirizou a situação com a famosa tirada: “Afinal, você vai crer em mim ou nos seus próprios olhos?”

O segundo, decorrência do primeiro, pertence mais à sociologia. Os sentimentos morais profundos são em geral difíceis de verbalizar. Permanecem guardados no fundo das almas, só comunicáveis em relações de excepcional intimidade, quando um olhar diz mais que mil palavras. Ver os seus sentimentos morais mais pessoais e autênticos ser remexidos, contestados, esfarelados com as artes de uma lógica infernal é, para a quase totalidade das pessoas, uma experiência atemorizante. Daí que, se não conseguem evitar a companhia dos psicopatas mediante uma precaução instintiva, podem acabar cedendo e se submetendo ao domínio da mente mais agressiva, mais veloz, mais maliciosa e mais hábil.

Quando escrevo, procuro expressar não somente o que vejo e sinto, mas o que os meus leitores também vêem e sentem. Milhares deles me enviam mensagens do tipo "Você disse exatamente o que eu estava tentando dizer e não conseguia." O psicopata, ao contrário, escreve para insinuar que você NÃO SENTIU O QUE SENTIU, NÃO VIU O QUE VIU, NÃO SABE O QUE SABE. E muitas vezes consegue mesmo instilar no cérebro das pessoas a Síndrome do Piu-Piu.

Quando começo alguma discussão, parto do princípio de que o meu antagonista, se não é um primor de honestidade, é pelo menos uma pessoa normal. Procuro então ater-me ao assunto da discussão, sem reparar muito na “forma mentis” do adversário. Meus leitores são testemunhas da atenção sem fim que dou aos argumentos de críticos e antagonistas, mesmo quando obviamente idiotas. Já quando percebo que o debatedor é um desequilibrado, que portanto o tema em discussão não é o verdadeiro foco dos seus pensamentos, mas apenas o pretexto ocasional para a busca de uma compensação neurótica ou a expressão de uma genuína fantasia psicótica, paro imediatamente a discussão para não ferir mais fundo uma mente que já vem ferida. Mas, se identifico nele algo de mais grave, não uma simples doença mental, uma neurose ou psicose, e sim uma psicopatia em sentido estrito, é preciso algo mais do que interromper um debate. É preciso advertir à platéia que estamos todos na presença de um criminoso.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Psicopatas: maldade ou patologia?


Quando o assunto são “psicopatas”, logo imaginamos uma lista de exemplos vindos diretos de Hollywood. Personagens como o Coringa e tantos outros criaram um estereótipo que nem sempre é preciso para classificar pessoas ditas psicopatas. Mas, pelo menos em uma característica os filmes costumam acertar em cheio: elas são pessoas assustadoras.

De acordo com o Dr. Kent Kiehl, neurocientista da Universidade do Novo México (EUA) e pioneiro em estudos que buscam um entendimento melhor sobre a mente dos psicopatas, podemos classificar como “psicopata” alguém com altos índices de falta de empatia, culpa e remorso. São pessoas extremamente impulsivas e que tendem a não fazer planos ou pensar antes de agir. E, apesar de geralmente não serem tão inteligentes quanto Hannibal Lecter, costumam também ser astutos, manipuladores e, acredite, encantadores.



O psicopata mais realista da história do cinema

Os psicopatas ainda são minoria, compreendendo apenas 1% da nossa população [há pesquisadores que falam em 4%]. Mas, mesmo assim, eles continuam aguçando o interesse e fascinação de cientistas do mundo inteiro que, a cada dia, descobrem mais fatos loucos sobre pessoas afetadas por essa condição. Como, por exemplo:


10. Psicopatas não reconhecem medo



Em outras palavras, se um psicopata vem em sua direção com uma faca e você fica paralisado, com os olhos arregalados, boca seca e tremendo até o cabelo, ele não entende que você está com medo, porque esses sinais não têm significado para ele. Loucura, não? E não é porque ele escolhe ignorar suas dicas, é que ele realmente não consegue.

Esse fato foi descoberto a partir de uma pesquisa realizada por Abigail Marsh, da Universidade de Georgetown (EUA), quando ela testou as reações de 36 crianças com idades entre 7 a 10 anos de idade a expressões faciais.

As crianças foram colocadas em um scanner de ressonância magnética que mostrou imagens de vários rostos. Alguns eram neutros, outros estavam com raiva, e alguns apavorados. A maioria das crianças não teve nenhum problema de diferenciação entre as faces neutras e assustadas. No entanto, as crianças com grandes tendências a serem psicopatas simplesmente não conseguiam entender o que essas expressões de medo significavam. Essa discrepância demonstra um mau funcionamento da amígdala, a parte do cérebro que controla a resposta de medo.

A camada exterior da amígdala de um psicopata é muito mais fina do que o normal e muito menor do que a de um cérebro saudável. Graças a essa redução no volume, a área do cérebro é menos ativa do que deveria ser, razão pela qual os psicopatas são incapazes de interpretar expressões de medo. Estranhamente, este fenômeno não parece aplicar-se a outras emoções.

Já entendeu tudo, né? Uma vez que eles não têm noção de como é ter medo, eles não sabem como responder ao horror que seres humanos normais sentem.



9. Psicopatas são viciados em dopamina


O que leva pessoas psicopatas a matar? E por que psicopatas gostam tanto de manipular os outros? Bom, tudo tem a ver com a dopamina, um neurotransmissor que ativa os centros de recompensa em nossos cérebros. É a mesma razão pela qual uma pessoa se apaixona, exceto em uma escala muito maior. Psicopatas são viciados em dopamina. De acordo com Josué Buckholtz da Universidade de Vanderbilt, em Nashville (EUA), o cérebro de um psicopata não só produz mais dopamina, como ele realmente ama muito o neurotransmissor.


Buckholtz acredita que este desejo por dopamina é a razão pela qual psicopatas são obcecados por controlar os outros. Para reforçar esse posicionamento, ele e sua equipe estudaram 30 pessoas com traços psicopáticos, dando-lhes anfetaminas para “trancar” os neurônios produtores de dopamina. Estas drogas foram radioativamente marcadas para que os cientistas pudessem controlar o quanto de dopamina foi produzido em resposta às anfetaminas. Eles descobriram, então, que as pessoas que mostravam alta impulsividade antissocial – o desejo e a vontade de controlar os outros – geraram muito mais dopamina do que outros estímulos.



8. Psicopatas podem ter um “interruptor” de empatia


Os psicopatas são incapazes de se colocar no lugar de outras pessoas. Eles veem os seres humanos como peças de xadrez, como se fossem os peões para a sua própria diversão. E a razão pela qual isso acontece é motivo de muita discussão. Enquanto alguns cientistas dizem que os psicopatas simplesmente são assim, os neurocientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, discordam. Em 2012, eles realizaram um teste com criminosos psicopatas usando tecnologia de ressonância magnética e alguns filmes caseiros que podemos chamar de bizarros. Nesses filmes, que os criminosos assistiram de dentro do scanner de ressonância magnética, uma mão sem corpo ou carinhosamente acariciava outra, ou a rejeitava, ou a batia com uma régua.


Como os pesquisadores esperavam, os psicopatas não se impressionaram. No entanto, as coisas tomaram um rumo interessante quando os pesquisadores pediram aos criminosos para que sentissem empatia com as pessoas na tela. Desta vez, quando a vítima do filme levou uma surra, os psicopatas realmente responderam. Eles estavam sentindo a dor da pessoa. Os pesquisadores concluíram, então, que psicopatas têm um interruptor de “liga/desliga” em seus cérebros. Embora ele geralmente esteja na posição “desligado”, isso pode mudar quando necessário. É por isso que, às vezes, os psicopatas podem ser acolhedores e muito charmosos.

Os cientistas acreditam que isso significa que criminosos psicopatas podem ser reabilitados. Se eles pudessem ser ensinados a deixar o interruptor sempre no “ligado”, eles poderiam superar esse transtorno. Por outro lado, se eles realmente estão simplesmente optando por não ter nenhum tipo de empatia com as pessoas, eles são ainda mais assustadores do que imaginávamos.



Psicopatas: maldade ou doença



7. Psicopatas recebem sentenças penais mais severas


Um diagnóstico de psicopata ajuda ou prejudica um réu? Curiosos sobre qual poderia ser o conteúdo de resposta à essa pergunta, um grupo de pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, apresentou um caso fictício a um grupo de 181 juízes estaduais. Para criar o caso, eles haviam criado um personagem chamado Jonathan Donahue, que foi baseado em um criminoso real. Os juízes foram informados que Donahue executou um roubo violento num restaurante de fast food e mostrou zero remorso por seu crime – e inclusive se vangloriou dele enquanto estava foragido. A cada juiz também foi dito que Donahue era um psicopata, mas apenas metade deles recebeu uma explicação biológica para o seu transtorno.

Antes de anunciarem suas decisões, os juízes foram questionados sobre com quantos anos eles normalmente sentenciam um criminoso condenado por lesão corporal grave. A maioria disse que com cerca de nove anos. No entanto, eles foram mais severos com o bandido ficcional.

Os juízes que apenas receberam a informação de que Donahue era um psicopata sentenciaram ele com uma média de 14 anos atrás das grades. E os juízes que receberam uma explicação científica que justificava a condição do réu deram, em média, apenas um ano a menos de sentença. Ou seja: não fez grande diferença. Talvez este grupo de juízes tenha sentido um pouco de solidariedade com o fato do “personagem” do caso estar preso a uma situação que foge de seu controle. Mas, ainda assim, 13 anos é um pouco longe dos 9 que um criminoso “saudável” costuma receber.



6. Empresas estão cheias de psicopatas


Se você tem um chefe pentelho e obcecado por trabalho, talvez agora você esteja dizendo algo como: “isso explica muita coisa”.


Em 2013, o pesquisador Kevin Dutton, de Oxford, fez uma lista de profissões que atraem a maioria dos psicopatas. E provavelmente não é uma grande surpresa que profissões como policial, advogado e cirurgião tenham aparecido nas primeiras posições. No entanto, o número um da lista de profissões escolhidas por psicopatas foi outro. Eles preferem ser CEOs, ou seja, os líderes/presidentes de grandes empresas.

Isso confirma um estudo de 2010 conduzido por Paul Babiak, que entrevistou 203 executivos em programas de treinamento de gestão através de um questionário com base na lista de verificação de psicopatia de Robert Hare. Babiak chegou à conclusão horrível que 1 em 25 dos entrevistados eram psicopatas, o que é uma notícia ruim para o mundo dos negócios – mas não pelo motivo que você imagina. O que acontece é que psicopatas são péssimos líderes, não se dão bem com os outros e fazem de tudo para subir a escada corporativa usando mais seu charme do que méritos propriamente ditos. Se não podem manipular seus funcionários, vão apenas usar a força bruta e fazer um pouco de terrorismo.



5. Trolls da internet são psicopatas


Em uma pesquisa realizada por psicólogos de diversas universidades canadenses, usuários da internet foram convidados a responder uma série de perguntas como “quanto tempo você passa online?” e “você faz muitos comentários no YouTube?”. Eles também foram solicitados a concordar ou discordar com opções como “Eu gosto de zoar pessoas em fóruns ou em seções de comentários de sites” e “eu gosto de ser o vilão em jogos e torturar outros personagens”.


Os resultados apontaram para a conclusão de que os “trolls” da internet mostram várias características do que é conhecido como “Dark Tetrad” (em português, algo como “tétrade obscura”). Trata-se da interseção de quatro características terríveis: sadismo, maquiavelismo, narcisismo e psicopatia. As pessoas com esses traços de personalidade adoram magoar os outros, são extremamente enganosos, e não têm remorso por suas travessuras. Os pesquisadores ainda descobriram uma ligação entre essas características e a quantidade de tempo gasto online, o que acaba criando um ciclo vicioso de psicopatia.



4. Existem psicopatas “pró-sociais”


Segundo os pesquisadores, esse tipo de psicopata é aquele que tem toda a predisposição genética para ser um psicopata de mão cheia, mas, ao invés de obedecer sua natureza, se comporta de acordo com as normas-padrão da sociedade. A pessoa pode acabar tendo uma facilidade incrível, e irresistível, de manipular as pessoas e ter pouca vontade de se socializar, mas nada que machuque (pelo menos não fisicamente) outras pessoas.


Por que vale a pena ser um pouco psicopata


3. Psicopatas têm dificuldades de reconhecer cheiros


Em um estudo de setembro de 2013, os professores Jason Castro e Chakra Chennubholta descobriram que, enquanto a maioria das pessoas não têm dificuldade para descrever qualquer tipo de aroma, a história é bem diferente quando se trata de psicopatas.


Acontece que os psicopatas têm níveis mais baixos de funcionamento em seus córtices orbitais, como já dissemos anteriormente. Isso afeta não só a sua capacidade de fazer planos de longo prazo e manter seus impulsos sob controle, como também a sua capacidade de detectar cheiros. Isto foi confirmado por pesquisadores da Universidade de Macquarie, em Sydney, que submeteu 79 psicopatas não criminosos a um teste de olfato. Os participantes foram convidados a identificar os aromas de 16 dispositivos que se parecem com canetas e são perfumadas com vários odores como café, laranja e couro. E como os cientistas previam, os psicopatas tiveram problemas para identificar todos os aromas.

Além de fornecer uma visão fascinante sobre os mistérios do cérebro, essa conclusão pode desempenhar um papel interessante no diagnóstico. Afinal, psicopatas são espertos o suficiente para manipular testes, dando respostas intencionalmente imprecisas em avaliações psiquiátricas – o que se tornaria muito mais difícil/impossível em um teste de cheiro.



2. Presidentes e psicopatas têm muito em comum


Psicólogos da Universidade de Emory decidiram olhar para todos os presidentes dos EUA, de Washington a Bush, e determinar quem foi o mais psicopata. Parênteses: Obama foi excluído porque ele ainda não tinha terminado o seu segundo mandato.

Analisando a personalidade de cada presidente, eles prestaram especial atenção à forma como esses homens lidaram com crises, com o congresso, e o trabalho que desenvolveram com líderes estrangeiros.

Enquanto nenhum dos presidentes se encaixava perfeitamente no molde de um psicopata, alguns exibiam uma característica proeminente psicopata chamada de Domínio Destemido (DF).

Domínio Destemido é a falta de medo e falta de vontade de recuar em uma situação perigosa. Também inclui a capacidade de encantar as pessoas, uma ferramenta política muito importante. Ao final do estudo, os cientistas determinaram que o presidente americano com a maior pontuação de Domínio Destemido foi Roosevelt.

E no Brasil, qual você acha que ganharia o primeiro lugar nessa lista?


“Domínio Destemido”: característica compartilhada por presidentes e psicopatas


1. Psicopatas têm padrões de fala reconhecíveis


Embora os psicopatas possam parecer muito inteligentes e espirituosos, pesquisadores da Universidade de Cornell descobriram que eles muitas vezes cometem pequenos deslizes quando abrem suas bocas. Liderados por Jeffrey Hancock, os pesquisadores entrevistaram 52 assassinos, 14 dos quais eram psicopatas. Eles pediram aos bandidos para falar sobre seus crimes e usaram um programa de computador para avaliar suas escolhas de palavras.


Depois de analisar as conversas, os pesquisadores observaram alguns padrões na fala psicopata. Por exemplo: para parecerem normais, eles usavam interjeições como “uh” e “hum” com mais frequência do que criminosos não psicopatas. Em 2012, outra equipe de cientistas levou o estudo de Cornell para o mundo dos meios de comunicação social. Ao oferecer um iPad grátis para os participantes, os pesquisadores convenceram 2.927 usuários do Twitter a deixá-los analisar todos os seus tweets e retweets. E depois de ler mais de 3 milhões de postagens, este estudo também descobriu que um psicopata pode ser identificado por meio das coisas que eles dizem. Então, da próxima vez que você ler um tweet assustador, lembre-se que você pode estar seguindo o próximo psicopata a virar notícia no país inteiro. [Listverse]


hipe.science



sábado, 17 de maio de 2014

Pastores Psicopatas: o Mal disfarçado em Amor


PSICOPATIA E RELIGIÃO



"Os pastores psicopatas se apresentam como líderes atenciosos, polidos, cheios de amor, porém, sua intenção é a pior possível. Por fora, sempre impecavelmente vestidos, beirando ao narcisismo. Por dentro, um trapo imundo. Por trás de seu carisma sedutor, um mentiroso contumaz, um manipulador calculista. Sempre agem prevendo a reação de quem pretendem vitimar. Para eles, a vida não passa de um tabuleiro de xadrez. Se alguém se puser em seu caminho, passam como rolo compressor, sem dó nem piedade."


Estudo revela que profissão de pastor atrai psicopatas

Hermes C. Fernandes

"Pastor psicopata assume uma personagem
e é capaz de encenar papéis dramáticos"

Uma das profissões que mais atraem psicopatas é a de pastor. Pelo menos, segundo os estudos do psicólogo Kevin Dutton, autor do livro “A Sabedoria dos Psicopatas: O que santos, espiões e assassinos em série podem nos ensinar sobre o sucesso”. Dutton conta que psicopatas nem sempre são pessoas conturbadas como muitos acreditam. “Quando psicólogos falam sobre o termo psicopatia, eles se referem às pessoas que têm um conjunto distinto de características de personalidade, que incluem itens como destemor, crueldade, capacidade de persuasão e falta de consciência e empatia”.


Geralmente, os psicopatas são dotados de charme, simpatia, carisma, capazes de impressionar e cativar qualquer pessoa com invejável destreza. Ninguém imagina que por trás de seu jeito educado, inofensivo e gentil se esconde alguém desprovido de consciência, capaz de atitudes cruéis e desumanas.

Um pastor psicopata assume uma personagem performática quando sobe ao púlpito. É capaz de encenar os papéis mais dramáticos como se estivesse num teatro. Em questão de segundos, transita entre a tragédia e a comédia, provocando lágrimas e gargalhadas com a mesma desenvoltura. Mas tudo não passa de fachada para disfarçar sua astúcia.

Não se trata de um louco varrido, mas de alguém que vive na fronteira entre a sanidade e a loucura, mas sem perder o controle.

Suas maiores habilidades são mentir, enganar, ludibriar, trair, sem sequer sentir-se culpado ou envergonhado. Trapaceiam, difamam, traem, abusam de autoridade, roubam, e sentem-se confortáveis com isso. A única coisa que não admitem é serem desmascarados. Não pela vergonha que passariam, mas porque isso os impediria de continuar enganando.

Cinicamente, se aproveitam da dor alheia para se locupletar. São verdadeiros predadores soltos na sociedade à procura de pessoas vulneráveis que caiam em sua lábia.

Psicopatas gostam de ser o centro das atenções. Por isso, sempre buscam oportunidade para roubar a cena. Querem estar em evidência a qualquer custo. Ainda que isso custe o sofrimento de outros.

Algumas das principais características do psicopata são:

1 – Carisma: Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com frequência. Seja na política, na igreja, no trabalho ou até na cadeia.

2 – Inteligência: O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem passar por médico ou advogado sem nunca ter estudado para isso.

3 – Ausência de culpa: Não se arrepende nem tem dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza de que nunca erra.

4 – Vanglória: Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo que a sua situação seja de total miséria, ele só fala de suas supostas glórias. É do tipo que come sardinha e arrota caviar.

5 – Habilidade para mentir: Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina. Algumas vezes acredita em sua própria mentira.

6 – Egoísmo: Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo bem para ele, não interessa como está o resto do mundo.

7 – Frieza: Não reage com sinceridade ao ver alguém chorando ou sofrendo.

8 – Parasitismo: Quando consegue a amizade de alguém, suga até a medula.

Infelizmente, algumas destas características têm sido fartamente encontradas em líderes religiosos, vitimando milhares de pessoas com suas artimanhas.

Os pastores psicopatas se apresentam como líderes atenciosos, polidos, cheios de amor, porém, sua intenção é a pior possível. Por fora, sempre impecavelmente vestidos, beirando ao narcisismo. Por dentro, um trapo imundo. Por trás de seu carisma sedutor, um mentiroso contumaz, um manipulador calculista. Sempre agem prevendo a reação de quem pretendem vitimar. Para eles, a vida não passa de um tabuleiro de xadrez. Se alguém se puser em seu caminho, passam como rolo compressor, sem dó nem piedade.

Quem os vê chorar em suas performances de púlpito, não imaginam o ser frio que se esconde por trás daquela capa. Se flagrados, jogam com as palavras e os gestos para tentar inverter o jogo a seu favor. Sabem como se passar de vítima sem deixar rastro. Estão sempre cercados de cúmplices que se deixam ludibriar por seus convincentes argumentos, sendo capazes de colocar sua mão no fogo por seus líderes.

"Líderes religiosos psicopatas se mostram
como polidos, mas são um trapo imundo"

Cerque-se de todos os cuidados necessários. E não seja negligente com a sua família e aqueles a quem você ama. Todos podem estar correndo perigo. Ninguém jamais imaginou que Jim Jones fosse um psicopata que levaria mais de 900 fiéis ao suicídio de uma só vez. Portanto, antes de submeter-se a uma liderança, verifique seu histórico. Veja se tem o respaldo de sua família. Se não é adepto do emocionalismo barato e manipulador.

Uma palavra aos líderes: seja prudente e não se precipite em ordenar alguém ao ministério. Observe-o exaustivamente. Verifique sua conduta em casa e fora da igreja. Cuidado para não colocar uma bomba relógio em posição de liderança na igreja. As estatísticas dizem que um em cada 25 brasileiros se enquadra neste perfil psicológico. Então, não custa nada redobrar a vigilância.

Aviso aos pais: adolescentes são sempre mais vulneráveis a este tipo de liderança extremamente carismática, mas sem escrúpulo e compromisso com a ética. Procure saber a quem seus filhos estão seguindo. Há casos em que pastores jogam os filhos contra os pais, exigindo deles absoluta obediência.

Não seja cúmplice de um pastor psicopata. Se verdadeiramente se importar com ele e seu séquito, tente convencê-lo a buscar ajuda psicológica. Se ele se recusar, denuncie-o. Antes que seja tarde demais...

Paulo Lopes

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Como detectar um Psicopata


Quanto mais cedo você identificar um psicopata, mais chances terá de se defender de sua ação maléfica e destrutiva.

Todos atentos!

Por fora, bela viola. Por dentro...


20 maneiras de detectar um psicopata


Foto: Stock.xchng/Creative Commons


Pablo Huerta


Há uma frase que diz: “Não são todos os que estão, nem estão todos os que são”. Quer dizer que nem todos os que estão em um hospital psiquiátrico são loucos e nem todos os loucos estão em um hospital psiquiátrico. Há psicopatas em todas as partes: dirigindo um transporte público, administrando uma empresa ou governando um país. Onde menos se espera pode haver alguém com uma psicopatia: um transtorno de personalidade antissocial [não é loucura ou doença mental]. Claro que isso não significa necessariamente que essas pessoas sejam más, apenas não sentem empatia pelos outros nem remorso pelos seus atos. Eles vivem pelas suas próprias regras e só sentem culpa quando rompem com o seu código de conduta.

Para os psicopatas as pessoas são coisas, objetos que servem para satisfazer seus interesses. Se na sua programação não estiver machucar o outro, não o farão. E poderão viver em comunidade porque entendem os códigos sociais. Eles se adaptam. O terrível acontece quando eles não conseguem evitar de fazer o mal. Mas a maioria não comete crimes, ainda que não tenham vergonha de mentir, manipular ou machucar para conseguir o que têm em mente.

Quando cometem crimes, de um ponto de vista penal, como estão conscientes dos seus atos, são responsáveis. Mas, ao contrário de um réu normal, não existe a possibilidade de correção de sua conduta, assim a reabilitação é baseada em uma forma de vida que possa lhes trazer benefícios e evitar outros danos.



20 MANEIRAS DE DETECTAR UM PSICOPATA



Faceta interpessoal:


1. Eles têm uma boa oratória e charme. São simpáticos e conquistadores num primeiro momento.


2. Têm uma autoestima exagerada. Se acham melhores que os outros.


3. São
mentirosos patológicos. Mentem principalmente para conseguir benefícios ou justificar suas condutas.


4. Têm
comportamento manipulador. E, se forem inteligentes o bastante, os outros não perceberão esse comportamento psicopata.



Faceta afetiva:


5. Não sentem remorso ou culpa. Nunca ficam em dúvida.


6. Quanto à afetividade, são
frios e calculistas. Não aceitam as emoções, mas conseguem simular sentimentos se for necessário.


7. Não sentem empatia. São indiferentes. E até
podem manifestar crueldade.


8. Têm uma incapacidade patológica para assumir responsabilidade pelos seus atos.
Não aceitam os seus erros. Eles raramente procuram ajuda psicológica, porque acham que o problema é sempre dos outros.



Faceta estilo de vida:


9. Necessitam de estímulo constante. Ficam aborrecidos facilmente.


10. Gostam de um
estilo de vida parasitário.


11. Agem descontroladamente.


12. Não têm metas a longo prazo. Vivem como nômades, sem direção.


13. Eles se comportam impulsivamente. Com ações recorrentes que não são premeditadas. Junto com a falta de compreensão das consequências de suas ações.


14. São
irresponsáveis.



Faceta antissocial:


15. Tendem a ser
delinquentes na juventude.


16. Demonstram
problemas de conduta desde a infância.


17. Tiveram a revogação de sua liberdade condicional.


18. Eles têm
versatilidade para a ação criminal. Eles preferem golpes e delitos que requerem a manipulação de outros.



Outros não incluídos em nenhuma das facetas:


19. Têm tendência a uma
vida sexual promíscua, com vários relacionamentos breves e ao mesmo tempo. Gostam de falar sobre suas conquistas e proezas sexuais.


20. Acumulam muitos casamentos de curta duração. Não se comprometem por muito tempo por ter que manter um vínculo.


Estes itens formam o método popular chamado de PCL (Psychopathy Checklist) desenvolvido por Robert Hare, PhD em Psicologia e professor da Universidade de British Columbia no Canadá. Cada atributo recebe uma pontuação de zero a dois, e para o diagnóstico correto se adiciona uma entrevista semiestruturada e a análise do histórico do paciente. Segundo Hare, um por cento da população é psicopata.

Pode acontecer mesmo em uma idade precoce. Segundo o psiquiatra forense John MacDonald há uma tríade que poderia indicar uma futura personalidade psicopática: crueldade com animais, piromania e a incontinência urinária persistente depois dos quatro ou cinco anos de idade.

Na sociedade já ficou instituído, graças a Hollywood, a ideia de que todos os psicopatas são como Hannibal Lecter ou Dexter, encantadores, com certeza. Mas é claro que não é preciso esquartejar alguém para ser louco. Assim, é melhor estar ciente das pessoas ao seu redor. Que não esteja sendo vítima de uma manipulação enlouquecida e ainda não ter se dado conta.

Discovery


terça-feira, 8 de abril de 2014

Mentira: traço comum dos Psicopatas


Vídeo do psicólogo Maurício Sgobi nos informa sobre as principais características dos portadores de Transtorno de Personalidade Psicopática.

Segundo ele, a MENTIRA é o traço principal, característico de todos os psicopatas.

Por trás de um semblante inofensivo e simpático, pode estar uma mente maldosa, perigosa e, muitas vezes, criminosa.

Todo o cuidado é pouco.