domingo, 30 de dezembro de 2012

Psicopatas: Eles estão entre nós


Eu sou vítima de uma psicopata. E você? Conhece algum?

A psicopatia pode ser leve, moderada ou grave.

Os psicopatas podem provocar danos graves, irreparáveis e até matar.

Os psicopatas estão entre nós e precisamos aprender a identificá-los e a nos proteger de sua ação maléfica.




Vídeo



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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Profissões com mais PSICOPATAS


As profissões com mais psicopatas

Richard Jakubaszko

Saiu "do armário" mais uma neurose americana... Agora em forma de livro, que apresenta dados estatísticos de pesquisas, outra mania americana, pois eles fazem pesquisas e estatísticas pra saber de tudo sobre tudo.

Nesse caso o psicólogo Kevin Dutton, autor do livro “A sabedoria dos psicopatas: o que santos, espiões e serial killers têm a ensinar sobre sucesso”, listou as profissões com mais psicopatas: CEOs, advogados e jornalistas de TV lideram o ranking.
De acordo com ele, a carreira que apresenta mais psicopatas é a de CEO.

Em segundo lugar vêm os advogados. Para Dutton, os psicopatas são profissionais responsáveis por decisões objetivas, de caráter cínico e desvinculado de sentimentos.

Profissionais de rádio e TV estão em terceiro lugar da lista.

Em quarto lugar estão os comerciantes.


Cirurgiões aparecem em quinto lugar. O livro elucida comportamento de psicopatas em ambientes de trabalho.
Jornalistas estão no sexto lugar da lista de Dutton. Para ele, os casos de psicopatia têm em comum algumas características, como emoções superficiais, tolerância ao estresse, falta de empatia, frieza, falta de sentimento de culpa e egocentrismo.

Os policiais aparecem em sétimo lugar na lista de profissionais com mais psicopatas.
Sacerdotes religiosos estão em oitavo lugar. O psicólogo listou como outras características dos psicopatas: comportamento manipulativo, irresponsabilidade, impulsividade, vida parasitária, atitudes ilícitas e gestos antissociais.


Nem os chefs de cozinha escaparam do topo da lista: nono lugar. Oferta de poder mobiliza psicopata, diz psicólogo.
Os burocratas surgem em décimo lugar. Agente de saúde, enfermeiro, terapeuta, esteticista e cabeleireiro, assistente social, professor, artista, clínico e contador são as profissões com menor incidência de psicopatas.


oooo

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Mente Criminosa: A Psicopata Mora ao Lado


Há um livro muito famoso chamado "Mentes perigosas - o psicopata mora ao lado", da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. O assunto é da maior importância, e a leitura imprescindível para todos.

Antigamente havia uma série televisiva de muito sucesso - Os Invasores - que mostrava seres extraterrestres, idênticos a nós, que se infiltravam no planeta com intenções danosas, para prejudicar a humanidade.

Os Psicopatas estão entre nós, não são seres de outros planetas, mas "humanos", como nós. E não são doentes mentais. Eles padecem de Insanidade Moral, ou seja, mau-caratismo, falta total de escrúpulos. Quando escolhem uma vítima, invadem sua vida, e o fazem racionalmente, comportando-se como verdadeiros predadores, feras raivosas, destrutivas, camufladas por  uma aparência doce e inofensiva.



Só aparência. São pessoas amorais, nefastas, frias e altamente nocivas à sociedade.

Há anos sou vítima de uma psicopata familiar, que mente, rouba, trai, lesa, aplica golpes, arma fraudes e promove ilícitos, sem cerimônia, sem remorsos. Uma autêntica Enciclopédia do Crime, desequilibrada, sem freio moral.

Estou escrevendo um livro-reportagem sobre a escalada delinquente desta "alpinista social" sob o título provisório de "Mente criminosa: a psicopata mora ao lado". Não sendo psiquiatra, narro os fatos do ponto de vista da vítima: jornalismo investigativo, em linguagem objetiva, informativa, mostrando como uma pessoa que não tem competência sequer para ler e escrever corretamente consegue contaminar (e a palavra é esta) contaminar filhos, genros, vizinhos, agentes públicos e outras tantas pessoas, e chegar quase à destruição da vida de sua vítima preferencial. 

A delinquente vem promovendo vários atentados contra a vida e a integridade física da vítima, impedindo-a de transitar livremente, trabalhar, alugar sua casa etc. Para isso, conta com uma espécie de "exército particular", paus-mandados, línguas-de-aluguel, verdadeiros capachos, movidos a dinheiro e vantagens.

Numa cruzada insana para destruir o objeto de sua inveja doentia,  a destrambelhada, ao que tudo indica, foi procurar apoio em servidores públicos corruptos. Tudo para roubar a vítima de sua fúria.

Mais dia, menos dia, o Brasil pode vir a conhecer esta figura, ainda rastejando no esgoto sombrio da impunidade. 





sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Psicopatas e Corruptos



Cérebro insensível é mais vulnerável à corrupção, dizem pesquisadores


DÉBORA MISMETTI


Uma pessoa que não tem medo diante de ameaças e que não sente indignação está mais vulnerável ao comportamento corrupto.

A hipótese, baseada na análise de imagens do cérebro captadas por meio de ressonâncias magnéticas funcionais e em exames que detectam as descargas de adrenalina do sistema nervoso, foi apresentada hoje [junho 2010] no congresso Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado, pelo neurologista André Palmini, da PUC do Rio Grande do Sul.

Palmini explicou que há um senso de justiça presente no cérebro de quase todas as pessoas. Quando presenciamos a justiça sendo feita, sentimos uma identificação com isso, uma empatia. Se vemos uma injustiça, sentimos nojo. "Quando sentimos nojo, ativamos a ínsula, região do cérebro essencial para o comportamento moral", disse o médico. Daí vem a sensação de indignação que normalmente surge diante da corrupção. Mas, como cada cérebro é diferente, há quem tenha reações diferentes.

De acordo com as pesquisas citadas pelo médico, é possível observar as conexões entre as regiões morais do cérebro: o cíngulo anterior e a ínsula. Assim como cada região do cérebro tem funções específicas, essas conexões também desempenham seus próprios papéis.

Nesses estudos, foram aplicadas escalas para medir o nível de empatia das pessoas em relação à sociedade. Quanto menor a conexão entre essas duas regiões emocionais e morais do cérebro, menor a capacidade que o indivíduo tem de funcionar socialmente. Em pessoas com conexões mais fortes, havia maior capacidade de indignação e entendimento da moral.

"O status dessas redes neurais influenciam a maneira como valorizamos os estímulos do ambiente. Isso varia muito entre as pessoas e é a base de como sentimos o mundo e como tomamos decisões", disse Palmini.

Em outro estudo, que media a reação de adrenalina em pessoas submetidas a situações de estresse, por meio da condutividade elétrica da pele, algumas não reagiam às ameaças. De acordo com o neurologista, isso indica que elas eram insensíveis. "Essa condição leva à tomada de decisão inadequada, porque a pessoa fica vulnerável a correr riscos desnecessários."

Crianças que apresentaram essa falta de reação aos três anos não respondiam a punições verbais. Aos oito, elas já tinham comportamentos agressivos. Elas não eram sensíveis ao meio, não mobilizavam seu "cérebro emocional".

"Quem não se condicionava, não tinha medo, tinha mais risco de cometer crimes mais tarde, aos 20 anos", afirmou Palmini.

Um cérebro que amadurece nessas condições fica mais predisposto a ter uma personalidade psicopata, segundo o médico. A ausência do medo da punição facilita o comportamento corrupto, aliada aos fatores ambientais, como a oportunidade de cometer delitos.

CORRUPTOS LESADOS

O pesquisador Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, também apresentou sua explicação para esses comportamentos desviantes.

A ausência de moral do corrupto, segundo Bechara, é similar àquela apresentada pelos psicopatas, que não se preocupam com o outro. "Em pessoas normais, os valores morais e os riscos são ligados. Não há por que violar as regras", disse o neurologista.

O pesquisador afirma que há duas explicações para o cérebro corrupto. Ou há uma lesão cerebral, por motivos genéticos ou traumas sofridos na infância, ou a pessoa não tem lesão alguma, mas cresceu em um ambiente onde a corrupção não é punida.

O primeiro grupo não tem como aprender a diferenciar certo e errado, mesmo que sofra punições. Já o segundo pode conseguir se ajustar, se houver mudanças no ambiente.

De acordo com Bechara, pessoas com anormalidades no córtex pré-frontal repetem os erros, ainda que tenham uma alta capacidade intelectual. "Elas podem até ser mais bem sucedidas do que as pessoas normais, dependendo do meio em que atuam", disse o neurologista.

Ele explica suas conclusões por meio de um teste de jogo chamado Iowa Gambling Test. Nesse exame, são exibidas quatro possibilidades de aposta para o voluntário. Um par dá mais ganhos imediatos, mas leva a perdas maiores a longo prazo. O outro dá menos benefícios imediatos, mas resulta em um ganho grande no final.

Pessoas sem lesões cerebrais, em geral, sabem escolher a opção mais vantajosa a longo prazo. Quando há a lesão no córtex frontal, a pessoa erra mesmo quando já sabe qual é a melhor escolha. "Ainda que elas tenham uma reação negativa em relação à perda, não temem essa punição na hora de tomar a decisão", explicou Bechara.

Além de serem destemidas, essas pessoas não julgam moralmente os outros. Em testes que apresentam aos voluntários uma história de tentativa de homicídio que não dá certo, os normais acham isso um crime. As pessoas com lesão se mostram mais permissivas.

O curioso, segundo o neurologista, é que há pessoas normais que se comportam como se tivessem a lesão cerebral. Talvez, disse ele, elas tenham algum problema cerebral indetectável em exames. "Essas pessoas também são vulneráveis a comportamentos antissociais como a corrupção."

Ao final, Bechara lembrou que os psicopatas não são só os assassinos. "Eles estão na sociedade. Podem ser empresários, políticos, pessoas que não cometem crimes violentos, mas que exploram os outros, são imorais, usam cargos públicos para enriquecer e prejudicar os outros. Está na hora de revisitar as causas cerebrais para estudar o comportamento humano".

domingo, 1 de julho de 2012

O perigo pode estar mais perto do que imaginamos


Conceitos e Definições

Pessoas manipuladoras, sem nenhuma consideração pelo próximo, sem inclusive reconhecer seus semelhantes como seres humanos. Essas e outras tantas características descrevem o psicopata.

O psicopata define-se por uma procura contínua de gratificação psicológica, sexual ou impulsos agressivos, e da incapacidade de aprender com os erros do passado. Usando terminologia freudiana, a personalidade psicopática ocorre quando o ego não pode mediar entre o id e o super-ego, permitindo assim o id de se reger pelo princípio do prazer, e o super-ego não tem nenhum controle sobre as ações do ego. Em outras palavras, os indivíduos com esta desordem ganhariam satisfação através dos seus comportamentos anti-sociais, associados a uma falta de consciência.

Dentre tantas peculiaridades do psicopata a que mais chama a atenção é a ausência de culpa. O psicopata usa as pessoas para obter o que deseja, seja usando a crueldade para obter prazer, ou através da usura e exploração. Tem para si que seus atos não são maléficos e não causam nenhum dano a outrem, assim como não reconhecem suas atitudes como erradas. Ele não entende porque as pessoas ficam aterrorizadas perante suas atitudes. Isso se deve ao fato dele não reconhecer os sentimentos humanos, não podendo, assim, ter uma empatia com o outro. Além disso, diferentemente do que se pensa, essa patologia não causa delírios ou alucinações.

A psicopatia muitas vezes se manifesta ainda na infância e geralmente é confundida com agressividade. Crianças que manifestam crueldade gratuita, principalmente com animais, devem ser bem observadas.

Nas situações em que o psicopata não pratica atos passíveis de punição judicial, pode ter uma ascensão profissional digna de nota. Prejudicando os colegas e sendo desprovido de escrúpulos para obter benefícios próprios, o psicopata consegue, por exemplo, subir de cargo em uma empresa, ou manter-se no poder usando subterfúgios imorais ainda que sem cometer atos ilícitos. Quem não conhece alguém assim?

Estudos avaliam as diferenças entre os psicopatas não criminosos e os psicopatas criminosos. Tais estudos não chegam a uma opinião conclusiva para a questão: os psicopatas não criminosos não cometeram crimes ou apenas conseguiram ludibriar a polícia? As avaliações feitas nesses dois grupos de psicopatia mostraram semelhanças no comportamento de ambos, quase indistinguíveis. Os estudos revelam também que a personalidade e a propensão para atitudes imorais são semelhantes entre os grupos. O que os diferencia basicamente seria o meio onde o indivíduo está inserido, se beneficiado com educação e segurança familiar, a faceta criminosa não seria instalada.

Esses estudos visam principalmente desmistificar algumas idéias acerca dos psicopatas que normalmente são associados a maníacos criminosos com disfunções neurológicas. Ao contrário do que se pensa a maioria dos psicopatas não são violentos e a maioria das pessoas violentas não é psicopata.

Especialistas dizem que os psicopatas em sua grande maioria são homens. Os motivos para esta desproporção entre os gêneros ainda é desconhecido. A frequência entre as populações é praticamente a mesma, não havendo alterações estatísticas entre ocidentais e orientais e nem entre populações que têm ou não acesso a culturas modernas.

Segundo a revista SUPERINTERESSANTE (Julho-2006, p. 48), estas são as principais características de um psicopata:

CHARME - Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com frequência. Seja na política, no trabalho ou na cadeia.
INTELIGÊNCIA - O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem passar por médico ou advogado sem nunca ter acabado o Colegial.
AUSÊNCIA DE CULPA - Não se arrepende nem tem dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza que nunca erra.
ESPÍRITO SONHADOR - Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo se a situação do sujeito é miserável, ele só fala sobre as glórias que o futuro lhe reserva.
HABILIDADE PARA MENTIR - Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina.
EGOÍSMO - Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo OK para ele, não interessa como está o resto do mundo.
FRIEZA - Não reage verdadeiramente ao ver alguém chorando ou sofrendo.
PARASITISMO - Quando consegue a amizade de alguém, suga até a medula.

Dentre as variações da Psicopatia, o Psicopata Social é aquele que causa sofrimento a um grupo de pessoas, uma comunidade ou até mesmo a sociedade como um todo, sem esboçar qualquer arrependimento. Nada deixa esses indivíduos com peso na consciência. Não existe ramo de atuação humana onde se encontra mais esse tipo do que na política (com honradas exceções, é claro). Estes manipuladores sociais roubam, mentem, trapaceiam, caluniam, e nunca acham que faz alguma coisa de errado; não estão nem aí para o sofrimento alheio. Geralmente possuem uma esperteza superior, uma inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está a sua volta. Não são sábios, são inteligentes, porque o sábio usa o seu raciocínio e o seu saber para a resolução dos problemas dele e de todos, pensando sempre no crescimento e na felicidade coletiva.

Justamente por achar que não faz nada de errado, o Psicopata Social repete seus erros e não conhece emoções e sentimentos nobres tais como o arrependimento, a solidariedade, o amor ao próximo e a compaixão. O país que se dane, a cidade que se dane, o povo que se dane! É assim que ele pensa no seu íntimo. A habilidade de mentir e manipular despudoradamente, muitas vezes sem levantar suspeitas, de hipnotizar platéias com sua lábia, seu dom de oratória, faz com que ele se saia bem na política e na liderança de grupos. Vide: Mussolini, Hitler, Nero, Átila, Collor, etc. são tecnicamente incapazes de frear seus impulsos sacanas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento quando necessário, com a destreza e o talento de um brilhante ator.

Os Psiquiatras defendem que, apesar desta mentalidade doentia, eles devem ser responsabilizados pelos seus erros, porque possuem plena consciência de que seus atos não são corretos. E se cometem crimes, devem ir para cadeia como os outros criminosos, por ameaçar a convivência sadia, justa e harmônica da sociedade.

Alguns Psicopatas Brasileiros famosos e outros nem tanto:

Suzane Louise von Richthofen

O Caso Richthofen é um processo polêmico que chocou a opinião pública brasileira. Uma das rés, Suzane Louise von Richthofen, foi acusada de ter planejado a morte dos próprios pais, com o auxílio do então namorado Daniel Cravinhos e de seu irmão, Cristian Cravinhos. O júri do caso entendeu que Suzane foi influenciada pelos irmãos, mas que poderia ter resistido e evitado o crime.

O interesse da população pelo caso foi tão grande que a rede TV Justiça cogitou transmitir o julgamento ao vivo. Emissoras de TV, rádios e fotógrafos chegaram até a ser autorizados a captar e divulgar sons e imagens dos momentos iniciais e finais, mas o parecer definitivo negou a autorização. Cinco mil pessoas inscreveram-se para ocupar um dos oitenta lugares disponíveis na platéia, o que congestionou, durante um dia inteiro, a página do Tribunal de Justiça na internet. É dessas pessoas autorizadas que se conhece o que houve no julgamento.

[ para ver este caso na íntegra clique aqui ]

Francisco de Assis Pereira, o "Maníaco do Parque"

Francisco de Assis Pereira, vulgo "Maníaco do Parque", é um criminoso brasileiro que estuprou, torturou e matou pelo menos seis mulheres e atacou outras nove. O referido Parque é o Parque do Estado, situado na região sul da cidade de São Paulo. Nesse local foram encontrados vários corpos das vítimas.

Antes de ser preso e julgado ele já havia sido detido como suspeito, mas liberado logo depois. Ao ver seu retrato falado nos jornais, ele fugiu para o sul do país. Ao desaparecer, deixou apenas o jornal e um bilhete sobre a mesa. Lamentava ter de ir embora, pedia desculpas pela forma repentina da partida. "Infelizmente, tem de ser assim." Assinado: Francisco de Assis Pereira. No mesmo dia, o empresário percebeu que havia algo de errado com o vaso sanitário da empresa. Tentou consertar duas vezes, mas não conseguiu. Na sexta-feira 24, quebrou o encanamento para descobrir a causa do entupimento e encontrou um bolo de papéis queimados, misturado aos restos de um churrasco feito no final de semana anterior, no cano de saída da privada. Entre as coisas que o empresário recolheu do cano estava a carteira de identidade de Selma Ferreira Queiroz, parcialmente queimada. Selma foi uma das mulheres cujo cadáver a polícia encontrou no Parque do Estado. Isso alertou seus patrões (ele trabalhava como motoboy) que comunicaram a polícia que assim descobriu sua identidade. Durante a fuga, causou desconfiança aos moradores das cidades por onde passou, até que foi denunciado e preso, sendo posteriormente enviado para São Paulo. Após ser capturado pela polícia, o que mais impressionou as autoridades foi como alguém feio, pobre, sem muita instrução, e sem armas conseguia convencer as mulheres a subir na garupa de uma moto e ir para o meio do mato com um homem que tinham acabado de conhecer.

[ para ver este caso na íntegra clique aqui ]

Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos

O goiano Mohammed D’Ali Carvalho dos Santos, acusado pelo esquartejamento da inglesa Cara Marie Burke, 17 anos, no ano de 2008.

Esquartejou o corpo para facilitar o transporte. E chegou a fotografar o corpo mutilado. No celular do acusado, apreendido pela polícia, foi encontrada foto da garota inglesa já sem os antebraços e as partes inferiores das pernas. A cabeça, também já decepada, aparecia sobre o tronco.

A faca e um par de luvas que Santos teria usado no crime foram encontrados em um bueiro na rua do apartamento dele.

O golpe que matou a moça foi desferido pelas costas, acertando o coração. O corpo teria sido levado para o box do banheiro, onde foi retalhado.

O tronco de Cara Marrie Burke foi encontrado dentro de uma mala às margens do Rio Meia Ponte, na região leste da Capital.


Lindemberg Fernandes Alves

Em 13 de outubro de 2008, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o domicílio de sua ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, no bairro de Jardim Santo André, em Santo André (Grande São Paulo), onde ela e colegas realizavam trabalhos escolares. Inicialmente dois reféns foram liberados, restando no interior do apartamento, em poder do sequestrador, Eloá e sua amiga Nayara Silva.

No dia 14, Eduardo Lopes, o advogado do sequestrador, passou a acompanhar as negociações do cliente com o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais). Às 22h50min desse dia, Nayara Rodrigues, 15 anos, amiga de Eloá, foi libertada, mas no dia 15 a polícia paulista mandou-a de volta para continuar as negociações.

Após mais de 100 horas de cárcere privado, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e da Tropa de Choque da PM de SP explodiram a porta - alegando, posteriormente, ter ouvido um disparo de arma de fogo no interior do apartamento - e entraram em luta corporal com Lindemberg, que teve tempo de atirar em direção às reféns. A adolescente Nayara deixou o apartamento andando, ferida com um tiro no rosto, enquanto Eloá, carregada em uma maca, foi levada inconsciente para o Centro Hospitalar de Santo André. O sequestrador, sem ferimentos, foi levado para a delegacia e, depois, para a cadeia pública da cidade. Posteriormente foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na cidade de São Paulo.

Eloá Pimentel, baleada na cabeça e na virilha, não resistiu e veio a falecer por morte cerebral confirmada às 23h30min de sábado (18 de outubro).

O caso também repercutiu no exterior; o jornal espanhol El País destacou a comoção nacional pelo falecimento da jovem Eloá.


Silvia Calabrese Lima
Sílvia Calabrese, presa em março de 2008 em Goiânia, por maltratar e torturar uma menina de 12 anos que morava com ela. A garota foi encontrada em seu apartamento com os braços acorrentados em uma escada, uma mordaça embebida em pimenta, dedos e dentes quebrados, unhas arrancadas, marcas de ferro quente pelo corpo. Questionada, Sílvia alegou que estava educando a criança e não mostrou nenhum arrependimento.


Guilherme de Pádua

Ator Guilherme de Pádua, que, após matar a atriz Daniella Perez com golpes de punhal, em dezembro de 1992, foi ao velório prestar solidariedade à mãe, Gloria Perez, e ao marido da vítima, o ator Raul Gazolla. Durante o interrogatório, depois de se entregar, estava calmo e relatou o assassinato sem esboçar reação alguma.


Kelly dos Santos

Kelly dos Santos, 19 anos, presa em agosto de 2007, em São Paulo, acusada de estelionato, furto e falsidade ideológica. Kelly se passava por rica e cativava com sua simpatia e desenvoltura para depois furtar jóias, dinheiro, cartões de crédito e talões de cheque. Quando não convencia, era arrogante, fazia escândalo e destratava as pessoas.


Gilmar Alberto Wasckmam, o "Canibal Gay"

Gilmar Alberto Wasckmam, de 53 anos, que ficou conhecido como o “canibal gay” de Mundo Novo, MS, foi condenado em júri popular a cumprir 16 anos e três meses de pena, por matar um homem e comer pedaços de seus órgãos. O crime foi cometido no dia 23 de novembro de 2007, em Mundo Novo, município que fica a 460 quilômetros da capital, Campo Grande. Pelo crime de homicídio, ele foi condenado a 15 anos de reclusão. Por ter comido partes dos órgãos da vítima, Gilmar foi condenado a um ano e três meses. A pena pelo vilipêndio poderá ser cumprida em regime semi-aberto. A liberdade provisória poderá ser concedida apenas depois que o homem cumprir dois quintos das duas penas somadas, o que corresponde a pelo menos seis anos e quatro meses de reclusão.


Francisco das Chagas Rodrigues Brito

O mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 41 anos, é acusado de ter matado 42 meninos nos municípios maranhenses de São Luís, Paço do Ludimar e São José de Ribamar, além de Altamira no Pará. A série de assassinatos, ocorridos entre 1991 e 2003, ficou conhecida como o Caso dos Meninos Emasculados e teve repercussão internacional.

O mecânico é considerado pela Justiça do Maranhão o maior serial killer do Estado de todos os tempos e um dos principais do país pelo número de vítimas e o tempo de ação dos crimes.

Psicopatia

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sábado, 9 de junho de 2012

Psicopatas: demência emocional




O indivíduo classificado como psicopata tem um distúrbio de comportamento que pode ir do mais leve, ao mais grave, onde ele é considerado um sociopata, ou seja, um inimigo declarado da sociedade e suas instâncias. Mas não nos enganemos, o psicopata não é louco, não rasga dinheiro e nem come cocô. Intelectualmente ele ou ela são perfeitos, se é que se pode usar essa palavra. Sua disfunção está nos centros que controlam e ditam o nível das emoções e sentimentos.





Por algum defeito de fabricação o psicopata não consegue sentir identificação com o outro. Esse negócio de se colocar no lugar do outro simplesmente não existe. Assim, ele não tem dó, nada de piedade, zero de compaixão, não se solidariza com a dor do próximo, principalmente se essa dor estiver sendo infligida por sua ação. Como são desprovidos de freios éticos, morais, eles se sentem mais livres que a média das pessoas para ir em frente em sua missão. Essa missão está acima de tudo e de todos, e eles farão de tudo para completá-la. Nem a polícia, nem a opinião pública, nem os prantos de sua mãe o farão recuar. Depois fingem que se arrependem.

Mas o maior problema para nós é que os psicopatas quando morrem em pleno gozo de sua psicopatia não conseguem mudar e voltar diferentes. Ao contrário. Como são um monobloco mental, eles se agarram ao seu script de vítimas do sistema para reforçar a sua demência emocional e muitas vezes reencarnam mais fortes em sua obsessão psicopata. Vocês acham que há alguma chance do padre Torquemada (procure no Google), o mais sanguinário inquisidor da Igreja espanhola (e de todo o mundo conhecido), voltar arrependido de suas atrocidades? Duvido. Sua extrema habilidade de usar os truques da mente vai justificá-lo e ele voltará mais raivoso, mais fanático que nunca. Se perceber que a sua antiga igreja mudou, se humanizou, não queima nem tortura mais os “hereges”, vai migrar para alguma seita que ainda tenha a intolerância como regra básica. Por isso podemos assistir a anacronismos como de certas religiões e seitas fundamentalistas que ainda querem “matar e esfolar” os infiéis, enquanto prometem um céu de delícias e prazeres inenarráveis aos que se martirizarem pelo seu deus. Tudo obra de psicopatas.

Por isso torço para que os psicopatas não morram jovens (com todo o ônus para as pessoas que a sobrevida deles pode causar). Sempre tenho esperanças de que a idade e que poderosas porradas da vida possam alterar-lhes e consertar esse parafuso solto, ou encapar esse fio desencapado. Não é uma tendência inescapável. Conheci psicopatas de 85 anos fazendo graves estragos na vida dos outros, principalmente nos familiares mais próximos. Mas sempre há uma esperança de que um Saulo se transforme em Paulo.


Roberto Goldkorn, escritor.


Uol

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domingo, 22 de abril de 2012

terça-feira, 27 de março de 2012

Psicopatas: mentirosos, fingidos e manipuladores



Psicopata: mente cruel em rosto agradável

Criminosos em série, mentirosos, estelionatários. Os psicopatas praticam crimes que para eles são normais

Reportagem KARINY MARTINS
Edição RODRIGO BATISTA



SAMANTHA COSTA
Apesar dos crimes que podem cometer, os psicopatas pensam apenas na melhor forma de se beneficiarem
Apesar dos crimes que podem cometer, os psicopatas pensam apenas na melhor forma de se beneficiarem
MELINA DE SOUZA E GUILHERME DE SOUZA
Essa é a imagem que a maioria das pessoas tem dos psicopatas. Mas poucos chegam a esse estado mais grave
Essa é a imagem que a maioria das pessoas tem dos psicopatas. Mas poucos chegam a esse estado mais grave
Charmosos e simpáticos; mentirosos e manipuladores. Os psicopatas não se importam de passar por cima de tudo e de todos para alcançar seus objetivos. Egocêntricos e narcisistas, eles não sentem remorso, muito menos culpa. Se algo ou alguém ameaça seus planos, tornam-se agressivos. São mestres em inverter o jogo, colocando-se no papel de vítimas. E estão sempre conscientes de todos os seus atos, pois, diferentemente do que ocorre em outras doenças mentais, os psicopatas não entram em delírio.

A psicopatia atinge cerca de 4% da população (3% de homens e 1% de mulheres), segundo a classificação americana de transtornos mentais. Sendo assim, um em cada 25 brasileiros enquadra-se nesse perfil. Mas isso não significa, é claro, que todos são assassinos em potencial.

Estudos coordenados por diversos pesquisadores, entre eles o psicólogo americano Randall T. Salekin, da Universidade do Alabama, indicam que, de fato, é comum que os psicopatas recorram à violência física e sexual. No entanto, a maioria dos psicopatas não é violenta. Alguns pesquisadores acreditam até que muitos sejam bem-sucedidos profissionalmente e ocupem posições de destaque na política, nos negócios ou nas artes.

O psicólogo Leonardo Fd Araujo, especialista em psicologia clínica pela Universidade Tuiuti do Paraná, concedeu entrevista ao Comunicação On-line e fala mais sobre a psicopatia e os psicopatas.

Comunicação On-line: O que caracteriza a psicopatia?

Araújo: O egocentrismo, a ausência de culpa e remorso, o excesso de razão e inexistência de emoção são as principais características. Os psicopatas fingem e mentem muito bem, e forjam o afeto. Além disso, há os prejuízos sociais causados por esse tipo de transtorno mental, tais como agressões, estupros e assassinatos. É preciso ressaltar que o psicopata sente prazer em cometer o mal, em conseguir concretizar o que ele almeja. O falsário sente um extremo prazer ao conseguir enganar alguém, assim como o estuprador sente o mesmo ao cometer um estupro. Quando o mal está feito, ele não se culpa e ainda procura cometer outros crimes contra outras vítimas.

Comunicação On-line: O psicopata é pintado geralmente como um assassino. Mas esse é o único perfil de um psicopata?

Araujo: O psicopata apresenta vários perfis. A grosso modo, existe o psicopata leve, moderado e grave. O psicopata leve é o conhecido “171”, aplica pequenos golpes e engana pessoas de bem. O moderado já se envolve de maneira mais contundente com as vítimas dos golpes, que quase sempre envolvem muitas pessoas e grandes somas em dinheiro. Já o psicopata grave, esse sim é o mais conhecido pelo público leigo. É o indivíduo que comete assassinatos a sangue frio, sejam em série ou não. Nos noticiários, infelizmente, volta e meia aparecem casos de assassinos e estupradores seriais, muitas vezes crimes com requintes de crueldade. O que os diferencia é a forma de agir. Uns sentem prazer no estupro, em torturar, outros em torturar e matar.

Comunicação On-line: O que pode levar um indivíduo a cometer atitudes de psicopatas?

Araujo: A psicopatia tem causa multifatorial. Há estudos que demonstram que psicopatas que tiveram uma infância repleta de violência e com uma família desestruturada podem chegar a cometer crimes graves contra a vida. Ou seja, podem se tornar verdadeiros predadores sociais, causando sérios prejuízos à sociedade. Há também fatores genéticos, fatores próprios de cada indivíduo e fatores de ordem social que, quando somados, podem levar à psicopatia.

Comunicação On-line: Existe uma maneira de perceber que uma pessoa é um psicopata?

Araujo: Isso é bem complicado. É sempre bom desconfiar de pessoas que se apresentam de forma sedutora, com idéias mirabolantes, sempre muito agradáveis. A mídia já retratou diversos casos de impostores. Eles se aproveitam de mulheres quase sempre muito bem colocadas profissionalmente, prometem mundos e fundos, enfim, ganham a confiança da vítima. Quando menos se espera, o impostor pede um dinheiro para completar a compra de um imóvel ou de um carro, e promete pagar assim que possível, ou assim que fechar outro negócio. A partir daí, já é tarde para reagir. Geralmente esses impostores somem no dia seguinte sem deixar nenhum vestígio. Coisa parecida acontece nos casos de estupradores e assassinos seriais. O psicopata vem com uma conversa agradável, dizendo que a moça é muito bonita, que quer tirar umas fotos dela para a agência de modelos. Pronto, a armadilha foi colocada, dificilmente a vítima terá escapatória. Esse tipo de abordagem foi usada, por exemplo, pelo Maníaco do Parque em São Paulo.

Comunicação On-line: Uma pessoa que possui um perfil de psicopata nasce com essas características, ou pode adquiri-las?

Araujo: O psicopata já o é desde o nascimento. Mais cedo ou mais tarde, o transtorno pode ser deflagrado, em maior ou menor grau. Estudos demonstram que filhos de psicopatas têm cinco vezes mais chances de desenvolver o mesmo transtorno. Sabemos que todo transtorno mental tem causas biológicas, psíquicas e sociais. Uma criança filha de psicopata, que sofreu abuso e violência, tem ainda mais chances de desenvolver o transtorno. Um jovem pode desde cedo começar a demonstrar os primeiros sinais de que há algo errado. Por volta dos 15 anos pode apresentar os primeiros sinais de transtorno de conduta e, se não tratado, pode evoluir para a psicopatia.

Comunicação On-line: Como é o relacionamento social do psicopata? Ele consegue ter uma vida social, com amigos, trabalho e estrutura como outra pessoa qualquer?

Araujo: O relacionamento social de um psicopata é movido por interesses. O problema é que na maioria das vezes é uma via de mão única: as vantagens são almejadas apenas para benefício próprio. Nem que para isso seja necessário passar por cima de quem estiver em seu caminho, causando sérios problemas para quem o cerca. É importante ressaltar que os prejuízos monetários, morais, físicos e psíquicos que as vítimas do psicopata sofrem são incalculáveis. No trabalho, o processo é o mesmo. A vida laboral do psicopata é repleta de desmandos, crises com superiores e intrigas. Para os que convivem com um psicopata, principalmente familiares, a relação é sempre difícil e conturbada. Os familiares percebem que algo está errado, mas para o psicopata está tudo na mais perfeita ordem.

Comunicação On-line: Aos olhos da maioria da população, as atitudes dessas pessoas são reprováveis. O psicopata tem consciência de que aquilo que ele faz é errado?

Araujo: Esse é um ponto importante. O psicopata sabe exatamente o que faz, inclusive que tais atos são ilegais ou imorais. Ele tem ciência de que pode ser pego pela polícia e levado à justiça. Sendo assim, o psicopata calcula meticulosamente os seus passos. Um estelionatário ardiloso, por exemplo, planeja cada passo, cada detalhe para que seu plano tenha êxito e para que nada seja descoberto antes do tempo. Tudo o que o psicopata faz é normal e natural, para ele mesmo, é claro. Por não sofrer de remorso ou culpa, comete os piores crimes e atrocidades sem pestanejar.

Comunicação On-line: Assim como outros distúrbios da mente, a psicopatia tem algum tratamento?

Araujo: Para praticamente todos os casos, o tratamento tem pouco ou nenhum efeito. É preciso entender que a maneira de ser do psicopata é algo ruim para nós, mas para eles é algo perfeitamente normal e aceitável. Ainda não soube de nenhum caso de um psicopata estelionatário que passe por uma crise existencial e procure um tratamento. No psicopata, grave então, nem se fala. As tentativas de intervenção, para estes casos graves, se dão no meio carcerário. Infelizmente, tais intervenções são complicadas e conturbadas. Adoraria dizer o contrário, mas ainda não há cura para a psicopatia, e o tratamento se dá visando a redução de danos. Ou seja, é uma tentativa de tratamento que tem como objetivo diminuir os efeitos e os prejuízos sociais causados pelo psicopata.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Como funciona a mente psicopata

O Cérebro do Psicopata


47301085_9a5e19dff1*Por Rentao M.E. Sabbatini


Introdução

A maioria das pessoas é incapaz de entender como uma personalidade antisocial e criminosa, tal como a de um “serial killer” (assassino serial), é possível em um ser humano como nós.

Não são apenas os assassinos seriais, mas uma grande proporção de criminosos violentos em nossa sociedade (em torno de 25% dos prisioneiros) mostram muitas características do que a psiquiatria chama de “sociopatia”, um termo melhor e mais preciso do que psicopatia. A DSM-IV, o importante manual de diagnóstico usado por psicólogos e psiquiatras, define um distúrbio mais geral, denominado mais apropriadamente “distúrbio da personalidade antisocial” (DPA) e lista suas principais características, que podem ser facilmente reconhecidas em indivíduos afetados. A Organização Mundial de Saúde também definiu sociopatia em sua classificação de doenças CID-10 usando o termo “distúrbio da personalidade dissocial”.

Os sociopatas são caracterizados pelo desprezo pelas obrigações sociais e por uma falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles exibem egocentrismo patológico, emoções superficiais, falta de auto-percepção, pobre controle da impulsividade (incluindo baixa tolerância para frustração e limiar baixo para descarga de agressão), irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos e ausência de remorso, ansiedade e sentimento de culpa em relação ao seu comportamento anti-social. Eles são geralmente cínicos, manipuladores, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam suas famílias e parentes, e colocam em risco suas vidas e a de outras pessoas. O pesquisador canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia criminosa, os caracteriza como “predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento.“

Os sociopatas são incapazes de aprender com a punição, e de modificar seus comportamentos. Quando eles descobrem que seu comportamento não é tolerado pela sociedade, eles reagem escondendo-o, mas nunca o suprimindo, e disfarçando de forma inteligente as suas características de personalidade. Por isso, os psiquiatras usaram no passado o termo “insanidade moral” ou “insanité sans délire” para caracterizar esta psicopatologia. Um sociopata clássico foi Donatien-Alphonse-François de Sade (1740-1814), um nobre francês cujas preferências sexuais perversas e novelas (tais como Justine) originaram o termo sadismo.

O indivíduo sociopata geralmente exibe um charme superficial para as outras pessoas e tem uma inteligência normal ou acima da média. Não mostra sintomas de outras doenças mentais, tais como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Eles podem ter um comportamento tranqüilo no relacionamento social normal e têm uma considerável presença social e boa fluência verbal. Em alguns casos, eles são os líderes sociais de seus grupos. Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com os sociopatas, são capazes de imaginar o seu “lado negro”, o qual a maioria dos sociopatas é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência. Vítimas fatais de sociopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte.

O mais assustador é o fato que entre 1 e 4% da população é sociopata em maior ou menor escala. Claro, a maioria das pessoas com DPA não é criminosa e é capaz de se controlar dentro dos limites da tolerabilidade social. Eles são considerados somente como “socialmente perniciosos”, ou têm personalidade odiosa, e cada um de nós conhece alguém que se ajusta a esta descrição. Políticos corruptos e cínicos, que sobem rapidamente na carreira, líderes autoritários, pessoas agressivas e abusadoras, etc., estão entre eles. Uma característica comum é que eles se engajam sistematicamente em enganação e manipulação de outros para ganhos pessoais. De fato, muitos sociopatas não-violentos e adaptados podem ser encontrados em nossa sociedade. Um estudo epidemiológico do NIMH registrou que somente 47% daqueles que eram caracterizados como tendo DPA tinham uma história de processo criminal significativo. Os eventos mais relevantes para estas pessoas ocorrem na área de problemas de trabalho, violência doméstica, tráfico e dificuldades conjugais severas. Muitas pessoas evitam indivíduos com este distúrbio de personalidade porque eles são irritáveis, argumentadores e intimidadores. Seu comportamento frequentemente é rude, impredizível e arrogante.

A sociopatia é reconhecida precocemente em um indivíduo: ela começa na infância ou adolescência e continua na vida adulta (o diagnóstico é possível em torno de 15 a 16 anos). Crianças sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de seu distúrbio. Por exemplo, eles são aparentemente imunes a punição dos pais, e não são afetados pela dor. Nada funciona para alterar seu comportamento indesejável, e consequentemente os pais geralmente desistem, o que faz a situação piorar. Os sociopatas violentos mostram uma história de torturar pequenos animais quando eles eram crianças e também vandalismo, mentiras sistemáticas, roubo, agressão aos colegas da escola e desafio à autoridade dos pais e professores.

No entanto, apenas uma pequena fração dos sociopatas se desenvolve em criminosos violentos, estupradores e assassinos seriais. Em casos mais severos, a doença pode evoluir para canibalismo e rituais sádicos de tortura e morte, frequentemente de natureza bizarra. Há um amplo consenso que estas formas extremas de sociopatia violenta são intratáveis e que seus portadores devem ser confinados em celas especiais para criminosos insanos por toda a vida. Um sociopata típico deste tipo foi retratado por Dr. Hannibal “O Canibal” Lecter no filme e livro “O Silêncio dos Inocentes”.

Os próprios sociopatas se descrevem como “predadores” e geralmente são orgulhosos disto. Eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo, que é o da violência acompanhada de descarga emocional (geralmente raiva ou medo) e nem ativação do sistema nervoso simpático (dilatação das pupilas, aumento dos batimentos cardíacos e respiração, descarga de adrenalina, etc). Seu tipo de violência é similar à agressão predatória, que é acompanhada por excitação simpática mínima ou por falta dela, e é planejado, proposital, e sem emoção (“a sangue-frio”). Isto está correlacionado com um senso de superioridade, de que eles podem exercer poder e domínio irrestrito sobre outros, ignorar suas necessidades e justificar o uso do que quer que eles sintam para alcancar seus ideais e evitar consequências adversas para seus atos. Por exemplo, em Justine, o personagem que incorpora o Marquês de Sade diz que tudo é justificado quando o objetivo é a gratificação de seus sentidos, e que a ele é permitido usar outros seres humanos da forma como ele desejar para aquele propósito.

O fato dos sociopatas possuírem pouca empatia para o sofrimento dos outros tem sido demonstrado experimentalmente em muitos estudos, os quais têm mostrado que eles exibem um processamento anormal de aspectos emocionais da linguagem, e que geralmente eles possuem resposta fisiológica fraca (no sistema nervoso autônomo) a imagens, palavras e situações de alto conteúdo emocional. Como acontece com os predadores, os sociopatas são capazes de uma atenção extremamente alta em certas situações.

O distúrbio sociopático também está altamente associado com a incidência de abuso de drogas e alcoolismo. De fato, esta associação piora os aspectos do comportamento sociopático, assim considera-se que eles são mutuamente reforçadores.

O DPA é relativamente fácil de diagnosticar. O mesmo Dr. Hare desenvolveu uma escala de avaliação, chamada Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), que é útil para este propósito, particularmente na avaliação de criminosos (a população forense). Você pode testar a si próprio usando uma escala on-line disponível no Internet Mental Health.
Sociopatas violentos ocasionam um alto preço para a sociedade humana. Nos EUA, mais da metade dos policiais mortos por criminosos eram vítimas de sociopatas. O DPA é comum entre dependentes de drogas, mulheres e crianças, gangsters, terroristas, sádicos, torturadores, etc. Além disso, “os psicopatas são aproximadamente três vezes mais propensos a recidivar – ou quatro vezes mais propensos a recidivar violentamente do que os não sociopatas”, de acordo com um estudo recente. Citando novamente o Dr Robert Hare: “É enorme o sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da humanidade. Para estes indivíduos – os psicopatas – as regras sociais não são uma força limitante, e a idéia de um bem comum é meramente uma abstração confusa e inconveniente“.
Além disso, sob situações de stress, tais como em guerras, pobreza geral e quebra da economia, surtos epidêmicos ou brigas políticas, etc., os sociopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou nacionais e sábios, tais como Adolf Hitler, Stalin, Saddam Hussein, Idi Amin, etc. Quando eles alcançam posições de poder, eles podem causar mais danos do que como indivíduos.

Qual é a causa da sociopatia? Como o cérebro está envolvido? Como isto pode ser prevenido e tratado?

Estas são questões importantes para a humanidade, para a lei e medicina. A curva ascendente da violência sem sentido, frequentemente por pessoas jovens (a medida que o tempo passa, mais e mais jovens…), impõe um senso de urgência em obter respostas para elas.

*Rentao M.E. Sabbatini é neurocientista e especialista em Informática Biomédica, doutor pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado no Instituto de Psiquiatria Max Planck em Munique, na Alemanha. Atualmente, é diretor do Núcleo de Informática Bimédica da Unicamp e professor de Informática Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas.
Artigo completo, leia AQUI.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Psicopatas: perigo constante para a sociedade


A urgente necessidade de uma política criminal para os psicopatas

A Constituição prevê que a pena deve ser executada de forma individualizada. Porém, na prática, as diferenças individuais são desprezadas, o que gera diversas distorções. Uma delas é a negligência com relação aos criminosos psicopatas.

Alexandre Magno Fernandes Moreira

No Brasil, os condenados por qualquer crime são vistos pelo Estado da mesma forma que um passageiro de um avião vê a floresta abaixo, ou seja, de modo absolutamente homogêneo. O princípio da individualização da pena é frequentemente esquecido nas penitenciárias, sendo comum o tratamento igualitário de pessoas com personalidades e condutas absolutamente díspares. Raras são as iniciativas dos “biólogos”, que se dão ao trabalho de analisar as diferenças entre cada um dos habitantes dessa “floresta”.

Outro problema grave de política criminal vem de nossos intelectuais: embebidos na doutrina de Rousseau do bom selvagem, acreditam piamente que não há ninguém bom ou mau, há simplesmente pessoas que foram “contaminadas pela sociedade”. Não há, de acordo com esse ponto de vista, nada inato à pessoa nem nada que seja de sua responsabilidade. Existe apenas uma culpa difusa de algo que não existe de fato: a sociedade. A culpa dos crimes torna-se tão diluída que, na prática, ninguém é, de fato, culpado, nem existe bem e mau.

Dessa crença infinita na bondade humana, tem-se, por parte de nossa intelectualidade, uma defesa intransigente da função de ressocialização da pena. Assim, a penalidade aplicável a qualquer espécie de criminoso, por mais cruel que tenha sido o crime, não serve para puni-lo ou segregá-lo da sociedade. Serve apenas para que ele possa ter uma nova oportunidade, para se “descontaminar” das más influências sociais. Como essa lógica torta não combina com a realidade do sistema prisional, o que querem, de fato, é acabar com o Direito Penal, visto meramente como um instrumento de repressão sobre a “classe proletária”.

De fato, a ressocialização existe como uma possibilidade que, para se efetivar, depende inteiramente da vontade sincera do condenado. Se essa não existir, nem o mais eficiente sistema penal do mundo poderá “melhorá-lo”. E aqueles que, de alguma forma, nunca se arrependem? Aqueles que, sempre que tiverem oportunidade, cometerão crimes? Bem, eles foram simplesmente esquecidos. Não há política criminal para eles no Brasil.

A crença absoluta na ressocialização contaminou inclusive nosso ordenamento jurídico. A Constituição proibiu a pena de morte e as penas de caráter perpétuo. O Código Penal estabelece a pena máxima em 30 anos e facilita a progressão de regime, ao concedê-la depois de cumprido um sexto da pena, e o livramento condicional, depois de cumprido um terço da pena. As medidas de segurança que, pela lei, poderiam ser cumpridas indefinidamente já tiveram seu caráter restrito pela jurisprudência: não importa a periculosidade do agente, ele deve ser libertado depois de 30 anos, como ocorre na pena. E se ele não tiver condições para voltar à sociedade? Não importa. De qualquer modo, ele deve ficar livre. Seu direito fundamental à liberdade não pode mais ser restrito. E o direito da sociedade à segurança? Esse também não importa.

Abstraindo, nesse momento, outros tipos de criminosos estudados pela criminologia, importa observar o psicopata (ou perverso, na terminologia técnica): aquela pessoa que, por causas ainda não completamente esclarecidas, é portador de uma “insanidade moral” que o torna absolutamente insensível às outras pessoas, sem nenhum traço de compaixão nem de obediência a algum sistema ético. De acordo com Vicente Garrido (2005, p. 37-49), o psicopata tem as seguintes características: a) eloquência e encanto superficial; b) egocentrismo e grandioso sentido da própria valia; c) falta de empatia; d) talento para mentiras e manipulações; e) impulsividade; f) emoções superficiais; g) controle deficiente de comportamento; h) necessidade de excitação continuada; i) falta de responsabilidade; j) problemas precoces de comportamento; l) comportamento anti-social adulto.

Infelizmente, não se trata de um distúrbio raro. Pesquisas indicam que três por cento da população mundial é composta por psicopatas. Isso significa que qualquer pessoa pode conhecer um psicopata sem sabê-lo, mesmo porque eles são mestres na dissimulação. De acordo com a Revista Veja, de 13 de fevereiro de 2002:

“Estudos realizados nos Estados Unidos e no Canadá estimam que a incidência de psicopatas entre a população carcerária chegue a 20%. Sua presença na prisão não passa despercebida. Eles têm o perfil adequado para se tornar os chefões da cadeia e os líderes de rebeliões. Podem transformar os outros 80% dos presos em massa de manobra. ‘Além de recriarem o inferno na cadeia, atrapalham a ressocialização dos detentos que podem ser recuperáveis’, afirma a psiquiatra forense Hilda Morana. ‘É esse um dos principais motivos de o Brasil ter uma taxa de reincidência de crimes tão alta, na casa dos 70%’”.

Como na metáfora da floresta, continuamos tratando a todos como se fossem iguais mesmo enquanto é evidente sua desigualdade. Não há tratamento reconhecidamente eficaz contra a psicopatia, afirma Robert Hare, o maior especialista mundial no assunto. Porém, uma coisa é certa: eles requerem uma atenção especial, diversa daquela dada aos outros presos, pois constituem um perigo constante para a sociedade.

Outro dado objetivo é a necessidade de efetivo acompanhamento psiquiátrico dos condenados para que se possa identificar os psicopatas e tratá-los de acordo com sua situação. Medidas como isolamento e vedação da progressão de regime, a despeito de extremas, devem ser consideradas.

A questão em aberto e que este singelo artigo não tem a pretensão de responder é a seguinte: tendo sido identificados os psicopatas e mensurada sua periculosidade (há excelentes estudos de Robert Hare nesse sentido), o que deve ser feito com aqueles que, na data de encerramento do cumprimento de sua pena ou de sua medida de segurança, continuarem a representar um perigo concreto para a sociedade?

A resposta não é fácil. Viu-se que a Constituição vetou a pena de morte e a de prisão perpétua e também que a medida de segurança perdeu seu caráter de duração indeterminada. Considerando impossível a mudança dos citados dispositivos constitucionais, por serem cláusulas pétreas, restaria uma mudança radical na jurisprudência que reabriria a possibilidade de duração indeterminada da medida de segurança. Atualmente, a única opção legal é uma antiga norma editada por Getúlio Vargas: o Decreto n° 24.559/34, que, civilmente, regula a internação compulsória de psicopatas. Chega a ser irônica que a única norma federal a tratar de um assunto tão moderno como psicopatia tenha sido promulgada há mais de 70 anos!

De qualquer forma, o reconhecimento da existência e da periculosidade dos psicopatas pela psicologia moderna tem algo a ensinar aos juristas: o mundo não é feito só de anjos. O mal existe e, nos psicopatas, têm-se seu exemplo extremo, na forma quase absoluta. O outro ensinamento é que boa parte dos crimes é cometida por razões que nada têm a ver com as condições sociais do criminoso. Isso leva também a uma desmistificação: em certas situações, individualmente consideradas, a prisão não só resolve mas é também a única solução.

A questão não é simples, até porque, mesmo nos países em que as pesquisas sobre o tema estão mais avançadas, como Estados Unidos e Canadá, não há um consenso sobre o que deve ser feito. Há consenso, porém, no sentido de que algo deve ser feito. Alguns estados norte-americanos contam inclusive com leis específicas sobre criminosos psicopatas. Enquanto isso, nós, crentes absolutos na inata bondade humana, continuamos a conviver com 46.000 homicídios anuais e com personagens que já estão tornando-se lendários: o “bandido da luz vermelha”, o “maníaco do parque”, o “Chico picadinho”, o “Champinha” e tantos outros, anônimos, que continuam a cometer seus crimes, dentro e fora da prisão, antes, durante e depois do encarceramento.


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