sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Psicopatas: Semeadores do Mal


"Ninguém faz o mal voluntariamente, mas por ignorância, pois a sabedoria e a virtude são inseparáveis."
                                                                                         Sócrates, filósofo grego





O Mal


"As crianças nascem más, elas melhoram crescendo, pois a cultura pode civilizá-las." Ao ler essa frase, apareceu-me a velha questão da "verdadeira essência" da nossa espécie.

Rousseau, filósofo suíço, século 18, achava que nossa natureza era originalmente boa, e que a cultura a corromperia (o "bom selvagem", como se os nascidos na selva não tivessem cultura).

Hobbes, filósofo inglês, século 16, acreditava na infinita capacidade de violência do ser humano, obrigado a contê-la para viver na civilização (na cidade, encontrando desconhecidos sem poder matá-los, como seria seu impulso de origem).

A frase não segue Hobbes, portanto. Ela seria mais o inverso perfeito da crença de Rousseau. Nossa espécie teria uma essência má, que a bondade da cultura amorteceria... um pouco.

Que maldade é essa? O que é o mal? O tema é vasto. Vamos pensar apenas na maldade humana. Ela teria a ver com infligir dano e sofrimento de maneira intencional e injusta (se você mata em legítima defesa, não praticou o mal).

No entanto, encontrar justificativa para a prática do mal é a coisa mais comum, não à toa Hannah Arendt escreveu sobre a banalidade do mal ao perceber que o nazista Adolf Eichmann acreditava que seu trabalho de extermínio de judeus era completamente justificado como o correto exercício do dever, e que não conflitava com o bom chefe de família que ele era.

A ética contempla os costumes. Depois do julgamento de Nuremberg não mais se justificam atos danosos pelo "cumprimento de ordens" - assim como, na época em que foi composta, "Nega do Cabelo Duro" não ofendia ninguém.

Lembrei-me dos pecados capitais: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. O curioso é que eles não são pecados em si, mas "capitis" (cabeça) de pecados, daí "capitais". Todos temos, como Hobbes observou, capacidade para eles, mas só quando a partir deles causamos dano/sofrimento intencional, cometemos pecado (ou crime), fazemos o mal com eles.

Mas, fazer o mal com a preguiça? Sim, pela omissão, pelo dane-se. A ganância está contida na avareza; a humilhação dos outros na soberba; os vícios na gula; a maledicência na inveja; o estupro na luxúria e assim por diante.

E a maldade das crianças, onde reside? Numa tira de quadrinhos (C. Schulz), o pequeno Linus, no recreio, fica fascinado com uma coleguinha linda, vai se aproximando dela devagar e finalmente, quando está junto a ela, não se contém e... Dá-lhe um soco no nariz! Maldade?

Não. Falta de instrumentos adequados para expressar a intensidade dos sentimentos que lhe assoberbavam. Como um bebê que chora por não saber falar.

Sou fascinado pela afirmação de Sócrates de que "ninguém faz o mal voluntariamente, mas por ignorância, pois a sabedoria e a virtude são inseparáveis."

Ela sugere que poderíamos prevenir o mal através do cultivo de instrumentos de expressão mais eficientes de nossos desejos e insatisfações. Do maior conhecimento de si mesmo e do outro. De maior sabedoria, que leva à consideração e à compaixão.

Sem excluir as leis e a cadeia, claro.

www.franciscodaudt.com.br



Francisco Daudt, psicanalista e médico, é autor de "Onde Foi Que Eu Acertei?", entre outros livros. Escreve às quartas, a cada duas semanas, na versão impressa do caderno "Cotidiano", Folha de S. Paulo.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ministério Público é contra regime semiaberto para Suzane von Richthofen


Suzane von Richthofen: uma psicopata?


Parece que sim.

Fria, calculista, narcisista, mentirosa, demonstrando ausência total de sentimentos.

Planejou o assassinato dos pais a pauladas, crime executado pelo namorado, enquanto a garota - classe média alta, estudante de direito (!!!) da PUC-SP - aguardava na sala. Após o crime, ambos foram para um motel.

Pena: 39 anos de cadeia em regime fechado e em presídio de segurança máxima.






MP de Taubaté dá parecer contrário a semiaberto para Suzane Richthofen


Promotoria tomou por base exame criminológico realizado no mês passado. Laudo diz que detenta é "imatura, egocêntrica e tem vontade de burlar a lei".

Luara Leimig



Suzane Richthofen foi presa em 8 de novembro de
2002 (Foto: Reprodução/TV Globo)


O Ministério Público de Taubaté (SP) foi contrário ao pedido de progressão de regime feito pela defesa de Suzane von Richthofen, presa na Penitenciária Feminina 1, de Tremembé, por envolvimento na morte dos pais em 2002. O parecer foi emitido nesta terça-feira (17) e teve como base um exame criminológico realizado por psicólogos no mês passado a pedido do próprio MP e da Vara de Execuções Criminais (VEC). A Promotoria encaminhou o parecer e o laudo à Justiça, que deve decidir no início do ano que vem se defere ou não o pedido da defesa de Suzane, feito em setembro.

O promotor Luiz Marcelo Negrini destaca em seu parecer que o exame foi conclusivo em apontar que Suzane "é emocionalmente instável, possui tendência em agir de forma impulsiva e sem medir as consequências de seus atos", além de "apresentar características psicóticas, vontade de burlar e desafiar a lei, imaturidade, egocentrismo e narcisismo". Com a progressão do regime para semiaberto, Suzane poderia, entre outros benefícios, trabalhar durante o dia fora da unidade prisional e voltar à noite para dormir na cadeia.

Segundo Negrini, que solicitou o laudo e acompanha o processo, Suzane foi submetida ao teste de Rorschach. De acordo com o promotor, esse exame é mais elaborado e é realizado, quando existe uma solicitação da Justiça, em detentos com maior nível intelectual ou de alta periculosidade. "Os psicólogos que participam deste processo de elaboração do exame criminológico formulam perguntas de forma simples que levam o preso a se sentir mais à vontade e a ir revelando mais a personalidade, sem que ele perceba. Muitas características que em um exame normal os presos avaliados tentariam esconder, neste teste de Rorschach acabam revelando o que não querem", explicou.

A juíza corregedora da VEC de Taubaté, Sueli Zeraik, informou que não pode comentar o laudo, pois o processo ainda está sendo julgado. A decisão da juíza sobre o pedido da defesa de Suzane deve ocorrer no início do ano, após o recesso do Poder Judiciário.

O advogado de defesa de Suzane, Denivaldo Barni, foi procurado, mas não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.

Prisão


Suzane von Richthofen está presa desde 8 de novembro de 2002 por envolvimento na morte dos próprios pais. O casal Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen foi assassinado pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos em 31 de outubro de 2002. À época, Suzane era namorada de Daniel. Atualmente, ela cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo.

Quatro anos depois do crime, Suzane foi condenada a 39 anos de prisão em presídio de segurança máxima em regime fechado. Desde 2009, ela tenta mudar o regime de cumprimento da pena, mas já teve pedidos para ir ao semiaberto rejeitados por diversos tribunais. O próprio Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a negar um pedido de progressão feito em 2010.

Em abril, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, pedido de Suzane para mudar de regime.

Em novembro, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, negou pedido feito pela defesa de Suzane von Richthofen para que ela fosse autorizada a se transferir do regime fechado para o semiaberto. O magistrado entendeu que não poderia decidir sozinho sobre o tema. Com isso, o caso ainda será avaliado pelo plenário da Primeira Turma do Supremo.

A defesa de Suzane argumentou que a condenada está "sofrendo constrangimento ilegal" em razão da decisão tomada pelo STJ. Mello disse que a defesa não comprovou nenhuma ilegalidade na decisão do STJ.


G1

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Psicopatas e a crueldade com os animais


Tive o infortúnio de conhecer, conviver e denunciar, por maus-tratos a animais, uma familiar, na época com mais de 25 anos, nível universitário, que "sutilmente" assassinou vários cães, absolutamente dóceis e fragilizados pelo abandono que a criatura sinistra impunha às suas vítimas: um cocker, um boxer, um poodle, dois "viras" e outros. E a infeliz contou, pasmem!, com a cumplicidade de mãe, irmã, marido e cunhado.

Nossa sociedade está muito doente. A perversidade está entranhada em algumas pessoas, nas vísceras, nas células. E a qualquer momento pode aflorar. Devemos estar atentos, denunciar, proteger estes seres indefesos, martirizados por estas verdadeiras pestes chamadas psicopatas.

A figura maligna, que me chama de "louca", ao que parece (felizmente não tenho mais qualquer contato!) virou professora de ensino infantil e se autodenomina "educadora"...

Sentiram o drama?




Crueldade com animais pode estar relacionada à psicopatia





Mentiras frequentes, crueldade com coleguinhas e irmãos, baixíssima tolerância à frustração, ausência de culpa ou remorso e falta de constrangimento quando pegos mentindo ou em flagrante. Os pais podem ligar o sinal de alerta caso essas características comportamentais (somadas a uma série de outras, que podem ser vistas em lista abaixo) ocorram de maneira repetitiva e persistente em crianças e adolescentes. É possível que os filhos tenham “Transtorno de Conduta” e sejam candidatos à psicopatia quando tornarem-se adultos.

“Podemos observar características de psicopatia desde a infância até a vida adulta. Vale ressaltar que o diagnóstico exato só pode ser firmado por especialistas no assunto”, afirma a médica psiquiatra Ana Beatriz B. Silva, autora do livro ”Mentes Perigosas – O Psicopata Mora ao Lado” (Fontanar, 2008). “Além do mais, deve se atentar para a frequência e a intensidade com as quais estas características se manifestam”, explica.

Leia abaixo trecho do livro ”Mentes Perigosas” no qual a médica psiquiatra lista as características que podem indicar tendência à psicopatia na infância e adolescência e aponta as posturas que devem ser assumidas pelos pais.


*

O que os pais podem fazer?

Como já foi dito anteriormente, podemos observar características de psicopatia desde a infância até a vida adulta. Antes dos 18 anos, por uma questão de nomenclatura, o problema é chamado de Transtorno da Conduta. Crianças ou adolescentes que são francos candidatos à psicopatia possuem um padrão repetitivo e persistente que pode ser sintetizado pelas 
características comportamentais descritas abaixo:






















Mentiras frequentes (às vezes o tempo todo);
Crueldade com animais, coleguinhas, irmãos etc.;
Condutas desafiadoras às figuras de autoridade (pais, professores etc.);
Impulsividade e irresponsabilidade;
Baixíssima tolerância à frustração com acessos de irritabilidade ou fúria quando são contrariados;
Tendência a culpar os outros por seus erros cometidos;
Preocupação excessiva com seus próprios interesses;
Insensibilidade ou frieza emocional;
Ausência de culpa ou remorso;
Falta de empatia ou preocupação pelos sentimentos alheios;
Falta de constrangimento ou vergonha quando pegos mentindo ou em flagrante;
Dificuldades em manter amizades;
Permanência fora de casa até tarde da noite, mesmo com a proibição dos pais. Muitas vezes podem fugir e levar dias sem aparecer em casa;
Faltas constantes na escola sem justificativas ou no trabalho (quando mais velhos);
Violação às regras sociais que se constituem em atos de vandalismo como destruição de propriedades alheias ou danos ao patrimônio público;
Participação em fraudes (falsificação de documentos), roubos ou assaltos;
Sexualidade exacerbada, muitas vezes levando outras crianças ao sexo forçado;
Introdução precoce no mundo das drogas ou do álcool;
Nos casos mais graves, podem cometer homicídio.

Vale ressaltar que as características acima são apenas genéricas e que o diagnóstico exato só pode ser firmado por especialistas no assunto. Além do mais, o leitor deve atentar para a frequência e a intensidade com as quais estas características se manifestam.

É muito comum e até compreensível que os pais de jovens com características psicopáticas se perguntem quase sempre em um tom de desespero: “O que nós fizemos de errado para que nosso filho seja assim?”. Os pais se sentem culpados por acharem que falharam na educação dos seus filhos e que não souberam impor limites. Isso é um grande equívoco! Não resta dúvida de que a educação, a estrutura familiar e o ambiente social influenciam na formação da personalidade de um indivíduo e na maneira como ele se relaciona com o mundo. No entanto, esses fatores por si só não são capazes de transformar ninguém em um psicopata.

Não obstante, é muito importante que os pais tenham conhecimento pleno sobre o assunto e que passem a reconhecer a disfunção em seus filhos, dispensando o devido valor que o problema merece. Quando em grau leve e detectada ainda precocemente, a psicopatia pode, em alguns casos, ser modulada através de uma educação mais rigorosa. Um ambiente familiar mais estruturado e com a vigilância constante de filhos “problemáticos” certamente não evita a psicopatia, mas pode inibir uma manifestação mais grave. E aí, fazer toda a diferença. É lógico que estas medidas estão longe de serem ideais, são apenas paliativas e demandam muito esforço e empenho por parte dos envolvidos na criação. No entanto, não podemos desprezá-las para salvaguardar a estrutura familiar e a sociedade como um todo. As posturas que devem ser assumidas são as seguintes:

Procure conhecer bem o seu filho. A maioria dos pais não sabe como ele se comporta longe dos seus olhos. Estabeleça contato com todas as pessoas do convívio dele (professores, amigos, pais dos amigos etc.). Quanto mais precocemente você identificar o problema maiores serão as chances de que ele se molde a um estilo de vida minimamente produtivo e socialmente aceito.

Busque ajuda profissional. Isto é válido tanto para se certificar do diagnóstico dessa criança quanto para que os pais recebam orientações de como devem agir.

Não permita que seu filho controle a situação. Estabeleça um programa de objetivos mínimos para obter alguns resultados positivos. Regras e limites claros são necessários para evitar as condutas de manipulação, enganos e falta de respeito com os demais. Lembre-se que uma criança com perfil psicopático apresenta um talento extraordinário em distorcer as regras estabelecidas e virar o jogo a seu favor. Por isso NÃO CEDA! Se você fraquejar, certamente ela ocupará todos os “espaços” deixados pela sua desistência.

Não pretendo ser pessimista, no entanto, não seria honesto da minha parte afirmar que a psicopatia infanto-juvenil atualmente tenha uma solução satisfatória. O máximo que podemos fazer é adotar posturas no trato com essas crianças no sentido de melhorar a forma como a psicopatia vai se manifestar no futuro.
A psicopatia não tem cura, é um transtorno da personalidade e não uma fase de alterações comportamentais momentâneas.

Porém, temos que ter sempre em mente que tal transtorno apresenta formas e graus diversos de se manifestar e que somente os casos mais graves apresentam barreiras de convivência intransponíveis. Segundo o DSM-IV-TR, a psicopatia tem um curso crônico, no entanto pode tornar-se menos evidente à medida que o indivíduo envelhece, particularmente a partir dos 40 anos de idade.


Centro SJC

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não existe Paz com psicopata. Cai fora!


"Eu só quero Paz, eu só quero Paz", disse a psicopata, melodramática, diante de sua vítima, dentro do Judiciário.

Alguém acredita?

Pura encenação de uma mentirosa contumaz. 

Todo cuidado é pouco para lidar com esse tipo de gente falsa, cínica, hipócrita, que vive num vazio existencial que você, vítima preferencial, preenche. Eles não querem paz coisa nenhuma, querem infernizar sua vida. Querem que você acredite no besteirol que falam e baixe a guarda. 

Não baixe!

Deu pra entender?

Arriscar, pra quê? 

O melhor é distância. Se não for possível, um muro bem alto. 

Eletrificado. 

Fique esperto. Não dê mole!

Cai fora!




Como Lidar com um Psicopata

Deixar uma pessoa irritada, em pouco tempo, não é um dom para qualquer um. Primeiramente, a pessoa tem que ter um nível elevado de cara-de-pau, falta de noção e ser dissimulada. Só assim consegue fingir que não está entendendo a nossa raiva. Pessoas normais também podem ser irritantes. Já um psicopata, será em disparado o mais insuportável. Ainda mais se ele tiver acabado de levar um pé na bunda e não ter mais nenhum contato com a vítima. 


Aliás, sumir do mapa é a única coisa que garante a sua paz. A pessoa, quando está nessa fase, vai te ligar, uma, duas, três, quarenta e oito vezes. Se você for inteligente, não vai atender. Ele vai sumir por um tempo, mas não se engane, em alguns dias aparece de novo. Com o tempo, você vai repensar, achar que pegou pesado e vai estar mais calma. Procure usar isso a seu favor e não mantenha contato. Mesmo que ele não pare de te procurar. 

Você quer saber por que quanto mais o ignora, mais ele insiste? Será que ele não entendeu o recado? Sim, amiga, ele entendeu. Ao contrário do que pensa, ele não é tão burro assim. Ele acha que você é! E, sendo assim, acredita que mais cedo ou mais tarde vai ceder e falar com ele. Para ele, você é fraca. Ele subestima a sua inteligência e não admite que você quer distância dele. ELE QUER manter o contato e é só a OPINIÃO DELE que importa. Foda-se você! Ele quer fazer de você o brinquedinho dele. É tão gostoso fazer você de gato e sapato… Resista. Se você ceder agora e atender o psicopata, tudo que conseguiu até agora vai por água abaixo. Ele vai te irritar porque não tem nada de interessante para te dizer, simplesmente quer continuar botando a culpa nas coisas que você fez. Entenda que ele tem a necessidade de manipular os seus sentimentos. 

Quer identificar um psicopata? Ele dirá que você é única, que nenhuma mulher é igual você, vai implorar novas chances de provar o quanto te ama, vai apelar para sentimentalismo barato, dizendo que está na pior fase da vida, que está sofrendo e outras mentiras. Um conselho de amiga: finja que não ouviu nada. 

Ele te trata como idiota? Tenta te fazer acreditar a qualquer custo que você está mal? Que o que está vivendo é um momento de ilusão, que está andando com as pessoas erradas? Ele é um cretino. Não tente mostrar que você está ótima, isso o deixa no veneno. Se nada der certo, ele vai tentar ser seu amigo e querer saber como está a sua vida, se está namorando, etc. 

Seja curta e grossa. Ele não precisa saber detalhes da sua vida. Ponha na tua cabeça que sua infelicidade é a felicidade dele. Em uma última fase, ele vai tentar te provar o quanto está feliz e você sofrendo. Ele quer que você se sinta a pior mulher do mundo. Se você o mandar para a puta que o pariu, ele vai ter quase um orgasmo. Corte os vínculos, já! O objetivo não é confrontar com ele e sim tirá-lo da sua vida. Não existe amizade com psicopata. Sei que não é fácil ser indiferente, mas essas pessoas são perigosas. Não seja piedosa com alguém que só te faz mal. 

Eu consegui, espero que vocês consigam.


Blog: Vítimas de Psicopatas e Narcisistas

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Psicopatia e inveja


"Tem gente que pretende ser grande, simplesmente cortando a cabeça dos outros..."


"(...) o invejoso, ao invés de aceitar suas carências ou perceber seus desejos e capacidades e assim desenvolvê-los, odeia e deseja destruir todas as pessoas que, como um espelho, lembrem-no da sua privação. Em outras palavras, a inveja é a raiva vingadora do impotente que, em vez de lutar por seus anseios, prefere eliminar a concorrência. (...)

O poeta italiano Dante Alighieri, na sua obra o Purgatório, o segundo dos três cantos da Divina Comédia, define a inveja como 'amor pelos próprios bens pervertido ao desejo de privar a outros dos seus'."


Inveja, um sentimento que sucumbe à infelicidade

A inveja dos homens mostra o quanto se sentem infelizes, e sua atenção constante às ações e omissões dos outros mostra o quanto se entediam.

                                                   Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão



Inveja, palavra proveniente do latim invidĭa, significa o desejo de obter algo que outra pessoa possui e que você não tem. Representa a tristeza ou o pesar pelo bem alheio.

De acordo com o psicoterapeuta e escritor José Luis Cano, a inveja nada mais é do que “um fenômeno psicológico muito comum que causa um grande sofrimento para muitas pessoas, tanto para os invejosos como para suas vítimas. Ela pode ser explícita e transparente, ou formar parte da psicodinâmica de alguns sintomas neuróticos. Em todos os casos, a inveja é um sentimento de frustração insuportável perante algum bem de outra pessoa, causando o desejo inconsciente de danificá-lo”.

Cano também afirma que um indivíduo invejoso é um ser insatisfeito, seja por imaturidade, repressão, frustração, etc. No geral, essas pessoas sentem, consciente ou inconscientemente, muito rancor contra outros que possuem algo que elas também desejam, mas que não podem obter ou não querem desenvolver (beleza, dinheiro, sexo, sucesso, poder, liberdade, amor, personalidade, experiência, felicidade).

É por isso que o invejoso, ao invés de aceitar suas carências ou perceber seus desejos e capacidades e assim desenvolvê-los, odeia e deseja destruir todas as pessoas que, como um espelho, lembrem-no da sua privação. Em outras palavras, a inveja é a raiva vingadora do impotente que, em vez de lutar por seus anseios, prefere eliminar a concorrência.

A inveja tem inúmeras formas de expressão: críticas, ofensas, dominação, rejeição, difamação, agressões, rivalidade, vinganças. O psicoterapeuta espanhol José Luis Cano assinala que “na escala individual, a inveja costuma ser parte de muitos transtornos psicológicos e de personalidade; nas relações profissionais e de casal, ela está envolvida em muitos conflitos e rupturas; e na escala social e política, sua influência é imensa”.

Já o catolicismo considera a inveja como um dos sete pecados capitais, uma vez que ela constitui a fonte de outros pecados. O invejoso deseja ter algo que o outro possui, sem se importar em prejudicar a outra pessoa, para obter esse bem. Para o cristianismo, esse sentimento baixo e ignóbil é inaceitável, já que cria uma situação que causa infelicidade e dor para o outro indivíduo.

O poeta italiano Dante Alighieri, na sua obra o Purgatório, o segundo dos três cantos da Divina Comédia, define a inveja como “amor pelos próprios bens pervertido ao desejo de privar a outros dos seus”. O castigo para os invejosos era ter seus olhos fechados e costurados com arame, para que eles não vissem a luz (porque haviam tido prazer em ver os outros sofrerem).

Fontes consultadas:

http://www.psicodinamicajlc.com/articulos/jlc/020.html
http://definicion.de/inveja/
http://www.actiweb.es/conocimientointerior/pecados_capitales.html

Vídeo




domingo, 29 de setembro de 2013

Como alguém é capaz de tais atrocidades?


DEFORMAÇÃO MORAL



"O Mal existe. E tem gente que simplesmente não presta."
                                                                                                              Glória Perez







“Como alguém é capaz de fazer isso?” 



Goiânia, 17 de março de 2008. 


Uma denúncia anônima levou dois investigadores de polícia até o apartamento
da empresária de construção civil Sílvia Calabrese Lima, de 42 anos. 

Sílvia foi presa em flagrante por maltratar e torturar uma menina de 12 anos que
morava com ela havia mais ou menos dois anos. 

A agente policial Jussara Assis encontrou a menina com os braços
acorrentados a uma escada de ferro no apartamento da empresária, localizado num bairro nobre da cidade de Goiânia. Uma mordaça de gaze e esparadrapo embebida em pimenta, vários dedos das mãos quebrados, a maioria das unhas arrancadas, marcas de ferro quente pelo corpo e dentes quebrados a marteladas completavam o quadro de atrocidades. Objetos como correntes, cadeados e alicates serviam de instrumentos de tortura, que ocorria de forma sistemática. 

A menina, visivelmente traumatizada, relatou à polícia: “Hoje porque eu não
sequei o banheiro dela, ela me acorrentou”. Ela disse que nunca contou nada porque era ameaçada de morte pela empresária. Também foi presa a empregada Vanice Novais, de 23 anos, acusada de participar dos horrores. Ela alegou que torturava a menina “a mando da patroa”. Num caderno, Vanice registrava o dia e a hora das agressões. 

Após a repercussão do caso, outras meninas (pelo menos quatro) revelaram
que também foram torturadas de forma muito parecida, pela mesma empresária. 

Sílvia, que é filha adotiva, ganhava confiança dos pais de meninas pobres
para depois adotá-las informalmente. Suas promessas eram de oferecer estudos para que as crianças tivessem as mesmas oportunidades que ela teve quando fora adotada. Além disso, alegava querer muito uma menina para cuidar. Pois só tinha filhos homens. Instaladas na casa de Sílvia, as meninas eram submetidas a atos de violência, trabalhos forçados, privações de comida e outros suplícios como ingerir fezes de animais. 

A delegada Adriana Accorsi, responsável pelo caso, declarou à revista Veja:

“Ela é sádica, sente prazer em machucar meninas e em momento nenhum
demonstrou arrependimento pelo que fez.”

Na prisão, em entrevista ao programa Fantástico (Rede Globo), Sílvia
confessou ao repórter Vinícius Dônola a autoria do crime: “Devo e vou confessar em juízo o que fiz...”, “Sabe qual que é a história? Eu era a mandante; ela, a executante (referindo-se à empregada doméstica). Essa é a história. Não tem outra história.” 

Quando perguntada por que agiu daquela maneira com a menina, a agressora
respondeu: “Na minha cabeça, eu não achava que tava torturando, na minha cabeça, eu achava que tava educando”, “Minha vida acabou. Eu sei que vou ficar aqui. Eu tenho noção disso. Eu não sou louca.”

Um parente da agressora disse que desde a infância ela apresenta “distúrbio
de comportamento” e um histórico de problemas. Sílvia foi criada de orfanato em orfanato até ser adotada aos 12 anos de idade. Ainda precoce, já demonstrava ser uma criança com sérias alterações de comportamento. Aos 9 anos foi expulsa de uma instituição porque estava atrapalhando a educação das outras meninas. 

Para o psiquiatra forense Guido Palomba, pessoas como Sílvia costumam
alegar que receberam maus-tratos na infância, mas não é verdade. “São pessoas que são de natureza deformada”, “Elas também não têm nenhum arrependimento”. 

(Mentes perigosas - o psicopata mora ao lado, Ana Beatriz Barbosa Silva, 2008, p. 107-109)




domingo, 15 de setembro de 2013

A Vida Bandida do maior vigarista do Brasil


Da Psicopatia ao Crime Organizado


A trajetória de Marcelo Nascimento da Rocha, tido como o maior mentiroso, picareta, trapaceiro, vigarista e golpista do Brasil.

Até o momento...



Documentário






quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Psicopatas: O Mal sob aparência humana


O escorpião aproximou-se do sapo que estava à beira do rio. Como não sabia nadar, pediu uma carona para chegar à outra margem.

Desconfiado, o sapo respondeu: “Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o seu veneno e eu vou morrer.”

Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morreriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em suas costas e começou a nadar.

Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme.

Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porquê de tamanha crueldade. E o escorpião respondeu friamente:

— Porque essa é a minha natureza!



Demônios, Serviçais do Anticristo, Psicopatas...



Vez por outra, essa fábula surge em minha mente, seja no cotidiano profissional ou através do acompanhamento das notícias diárias, pelos jornais e TV. Trata-se de uma história arquetípica, que ilustra exemplarmente a natureza das pessoas que serão analisadas e descritas, ao longo deste livro [Mentes perigosas - o psicopata mora ao lado].

A ideia de escrever sobre psicopatas surgiu em razão do momento violento, desumano e marcado por escândalos que nos abatem, mas também serve como um alerta aos desprevenidos quanto à ação destruidora desses indivíduos. Devo admitir minha ousadia, mas não pude resistir às inúmeras solicitações dos meus leitores, pacientes, conhecidos e amigos.

Quando pensamos em psicopatia, logo nos vem à mente um sujeito com cara de mau, truculento, de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios comportamentais tão óbvios que poderíamos reconhecê-lo sem pestanejar. Isso é um grande equívoco!

Para os desavisados, reconhecê-los não é uma tarefa tão fácil quanto se imagina. Os psicopatas enganam e representam muitíssimo bem! Seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos. Tudo isso sem qualquer aviso prévio, em grande estilo, doa a quem doer.

Mas quem são essas criaturas tão nocivas? São pessoas loucas ou perturbadas? O que fazem, o que sentem? Como e onde vivem? Todos são assassinos?

Este livro discorre sobre pessoas frias, insensíveis, manipuladoras, perversas, transgressoras de regras sociais, impiedosas, imorais, sem consciência e desprovidas de sentimento de compaixão, culpa ou remorso. Esses “predadores sociais” com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria das pessoas: aquelas a quem chamaríamos de “pessoas do bem”.

Em casos extremos, os psicopatas matam a sangue-frio, com requintes de crueldade, sem medo e sem arrependimento. Porém, o que a sociedade desconhece é que os psicopatas, em sua grande maioria, não são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns.

Eles podem arruinar empresas e famílias, provocar intrigas, destruir sonhos, mas não matam. E, exatamente por isso, permanecem por muito tempo ou até uma vida inteira sem serem descobertos ou diagnosticados. Por serem charmosos, eloquentes, “inteligentes”, envolventes e sedutores, não costumam levantar a menor suspeita de quem realmente são. Podemos encontrá-los disfarçados de religiosos, bons políticos, bons amantes, bons amigos. Visam apenas o benefício próprio, almejam o poder e o status, engordam ilicitamente suas contas bancárias, são mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos, pedófilos, líderes natos da maldade.

A realidade é contundente e cruel, entretanto, o mais impactante é que a maioria esmagadora está do lado de fora das grades, convivendo diariamente com todos nós. Transitam tranquilamente pelas ruas, cruzam nossos caminhos, frequentam as mesmas festas, dividem o mesmo teto, dormem na mesma cama...

Apesar de mais de vinte anos de profissão, ainda fico muito surpresa e sensibilizada com a quantidade de pacientes que me procuram com suas vidas arruinadas, totalmente em frangalhos, alvejadas por esses “seres bípedes” que sugam o nosso sangue e vampirizam a nossa alma.

É importante ressaltar que os psicopatas possuem níveis variados de gravidade: leve, moderado e grave. Os primeiros se dedicam a trapacear, aplicar golpes e pequenos roubos, mas provavelmente não “sujarão as mãos de sangue” ou matarão suas vítimas. Já os últimos, botam verdadeiramente a “mão na massa”, com métodos cruéis sofisticados, e sentem um enorme prazer com seus atos brutais. Mas não se iluda! Qualquer que seja o grau de gravidade, todos, invariavelmente, deixam marcas de destruição por onde passam, sem piedade.

Além de psicopatas, eles também recebem as denominações de sociopatas, personalidades antissociais, personalidades psicopáticas, personalidades dissociais, personalidades amorais, entre outras. Embora alguns estudiosos prefiram diferenciá-los, no meu entendimento esses termos se equivalem e descrevem o mesmo perfil. No entanto, por uma questão de foro íntimo e visando facilitar a compreensão, o termo psicopata será o utilizado neste livro.

A parte racional ou cognitiva dos psicopatas é perfeita e íntegra, por isso sabem perfeitamente o que estão fazendo. Quanto aos sentimentos, porém, são absolutamente deficitários, pobres, ausentes de afeto e de profundidade emocional. Assim, concordo plenamente quando alguns autores dizem, de forma metafórica, que os psicopatas entendem a letra de uma canção, mas são incapazes de compreender a melodia.

Com base nessa premissa, optei por não inserir trechos de letras de canções brasileiras na abertura dos capítulos, recurso narrativo que costumo adotar em minhas obras. Música é emoção, sentida com a alma. Entendo que repetir a mesma fórmula ao descrever o comportamento de criaturas desprovidas de afetividade seria, no mínimo, um contrassenso.

Aqui não me proponho, sob qualquer hipótese, a oferecer ajuda terapêutica aos indivíduos com esse perfil. Ao contrário, o meu objetivo é informar o público em geral, para que fique de olhos e ouvidos bem abertos, despertos e prevenidos. Suas vítimas prediletas são as pessoas mais sensíveis, mais puras de alma e de coração...

Também tenho como propósito expor parâmetros para que possamos avaliar, em que escala cada um de nós está contribuindo para promover uma cultura social na qual a psicopatia encontra um terreno fértil para prosperar.

Esta obra contém histórias reais que me foram relatadas por vítimas de psicopatas, direta ou indiretamente, e casos tratados com destaque na imprensa. Não estou afirmando que os exemplos aqui citados representam autênticos psicopatas, e sim que ilustram de forma bastante didática comportamentos que um psicopata típico teria. Além disso, todos os casos apresentados se prestam muito bem à exemplificação dos mais diversos níveis de psicopatia, desde os mais leves até os moderados e severos.

Dessa forma, tentei esquadrinhar e tornar o tema o mais abrangente possível, a fim de responder a uma série de perguntas que, na maioria das vezes, nos deixa absolutamente confusos. Assim espero contribuir para que as pessoas se previnam das ameaças que nos rondam de forma silenciosa. Estou convencida de que falhas em nossas organizações familiares, educacionais e sociais são dados importantes e merecem estudos aprofundados e toda a nossa atenção, mas por si só não são suficientes para explicar o fenômeno da psicopatia.

A natureza dos psicopatas é devastadora, assustadora, e, aos poucos, a ciência começa a se aprofundar e a compreender aquilo que contradiz a própria natureza humana.

O conteúdo aqui exposto é denso e intrigante. As páginas percorrem as mentes sombrias de criaturas cujas vidas parecem não ter se desenvolvido totalmente. Saber identificá-las pode ser um antídoto (talvez o único) contra seu veneno paralisante e mortal. Infelizmente a desinformação nos torna vulneráveis, indefesos como “sapos tolos”, fisgados pelas habilidades camaleônicas dos “escorpiões”.

Prepare-se, porque certamente você conhece, já ouviu falar ou convive com um deles.



Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva 

Médica graduada pela UERJ com pós-graduação em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora Honoris Causa pela UniFMU (SP) e Presidente da AEDDA – Associação dos Estudos do Distúrbio do Déficit de Atenção (SP). Diretora da clínica Medicina do Comportamento (RJ), onde faz atendimento aos pacientes e supervisão dos profissionais de sua equipe. Escritora, realiza palestras, conferências, consultorias e entrevistas nos diversos meios de comunicação, sobre variados temas do comportamento humano.

Introdução ao livro "Mentes perigosas - o psicopata mora ao lado".

domingo, 1 de setembro de 2013

Psicopata é problema social


Psicopatas não produzem danos só na vida de suas vítimas. O custo da atuação nociva dos psicopatas pode ser muito alto também para a sociedade.

Falo disso por vivência, experiência. Sou vítima de psicopata e por causa de suas perseguições e falcatruas precisei mobilizar Poder Judiciário, Ministério Público e outras instâncias.

Imaginem vocês o custo de anos e anos mobilizando todo um aparato judiciário para buscar defesa de direitos e reparação pelos danos provocados por um psicopata.

E a questão pode ser ainda mais grave, quando o psicopata corrompe agentes públicos (policiais e outros) e usa o Judiciário como arma para tentar calar denúncias, promover ações contra sua vítima, tentando desgastá-la, inverter a situação e se safar de punições.

Já imaginaram? Todo o aparato do Poder Judiciário (fórum, cartório, escreventes, juízes etc.) acionado por vingança, para despistar, e para intimidar e constranger a vítima...

Psicopata é problema social. E acarreta custos altíssimos à sociedade.

As autoridades públicas precisam acordar para isso.





Você conhece algum psicopata?



Nas telas, eles são sempre assassinos seriais. Mas, na vida real, estima-se que de uma a três em cada 100 pessoas seja psicopata – e os danos que eles causam são bem diferentes

Renata Reif 

Enquanto a cabeça de um bandido comum é quente, o coração do psicopata é frio. Esta é a alusão que os especialistas propõem para diferenciar quem sofre de psicopatia de um criminoso comum. Apesar de não ser uma patologia, a psicopatia não tem cura. Frieza, crueldade e falta de empatia são as principais características constatadas no diagnóstico de um psicopata.

“Eles são indiferentes aos outros, não sentem remorso nem culpa”, define a psiquiatra Hilda Morano, coordenadora do Departamento de Psiquiatria Forense da Associação Brasileira de Psiquiatria. Estima-se que de 1% a 3% da população mundial seja psicopata. “Por menor que seja a prevalência da psicopatia, os psicopatas causam estragos enormes na sociedade”, afirma Antonio de Pádua Serafim, coordenador de psicologia do Núcleo Forense do IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas).

O alcance dos danos causados pelos psicopatas começa na dificuldade em diagnosticá-los. A ideia popular em torno deles também é distorcida: imagina-se que todos sejam assassinos em série, como se vê nos filmes. Mas não é bem assim.

Há diferentes tipos de psicopata. O corporativo é aquele que não vai sujar a mão de sangue. Ele vira chefe de uma empresa, mas é tão cruel e insensível quanto um assassino em série. A diferença é que atua pela intriga, pela mentira, destruindo a vida das pessoas para alcançar o cargo almejado e mais poder. “O psicopata tem a incapacidade de se colocar no lugar dos outros. Em consequência disso, o remorso e o sentimento de culpa são praticamente inexistentes. Ele só se compromete com o que lhe trará benesses”, explica Roberto Heloani, psicólogo social e professor de gestão da FGV de São Paulo e da Unicamp.

O psicopata organizado, ou o líder, é pouco conhecido, pois tem uma imensa rede de influência que não permite que seja estudado. “É impressionante como eles ficam isolados na cadeia, mas continuam liderando facções”, Hilda explica, citando o traficante Fernandinho Beira-Mar como exemplo.

O psicopata paranoide é um sujeito insensível desde o nascimento, mas com um elemento de ressentimento. Os paranoides alimentam raiva de alguma situação, como o franco atirador da Noruega, que matou 77 pessoas alegando defender a pureza étnica de seu país. “Um dia eles fazem uma chacina”, diz Hilda.

Em geral as cadeias são compostas por 80% de criminosos comuns e 20% de criminosos psicopatas, esses sempre isolados dos demais. Com exceção do Brasil, onde não existe essa segregação, o que prejudica a reabilitação dos criminosos comuns, corrompidos ainda mais pelo medo e pela ameaça. “Vários projetos meus para conseguir a separação foram derrubados em Brasília”, lamenta Hilda.


Outros transtornos x psicopatia

O transtorno de personalidade é um problema diferente da psicopatia e atinge de 7 a 15% da população, com um espectro variado. Oscila do caso mais leve, daquele colega trapaceiro, que adora puxar o tapete no trabalho, até um assaltante. São pessoas que têm fragilidade ética, afrouxamento moral, mas não chegam a ser psicopatas.

“Sou um crítico ferrenho à moda de psicopatia em qualquer lugar. Esse medo do psicopata é exagerado e ruim para a sociedade. Psicopata não é sinônimo de mau caráter, de vilão”, diz Daniel Martins de Barros, psiquiatra coordenador do Núcleo Forense do IPq. “O psicopata simplesmente passa de certo limite ético, ele perturba a ordem social”, Hilda aponta. “São pessoas que causam muito transtorno à sociedade”, completa.

Segundo Hilda, também fundadora do ambulatório de transtorno da personalidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, os pais reconhecem a psicopatia em um filho desde cedo. Eles têm um traço muito claro: são improdutivos, roubam os pais, são mentirosos e manipuladores.

Quando se tornam adultos, continuam a ter as mesmas atitudes no convívio social. O perfil clássico é de um sujeito imprudente, que corre riscos, toma decisões ousadas, é impulsivo e imediatista. “Seu planejamento é de curto e não de longo prazo, que exige esforço e sacrifício”, diz Roberto.

Além disso, têm loquacidade e o chamado charme superficial – por não terem resposta de tensão, além de as respostas de ansiedade serem pouco ativas, psicopatas são muito hábeis para mentir e enganar, sem o receio de serem pegos. “Eles mentem no currículo e conseguem fazer os outros trabalharem por eles. Como são muito sedutores, manipulam os subordinados com facilidade e continuam sendo improdutivos a vida inteira”, descreve Hilda.

Dizer que todo psicopata é brilhante e inteligente é um mito. “Há o psicopata burro também”, diz Daniel. “A diferença é que eles ficam arquitetando todo o tempo alguma coisa contra o outro. Aí as pessoas tendem a pensar que ele teve uma ideia original”, diz Hilda.

Inteligentes ou nem tanto, eles têm um senso de grandiosidade. Na maioria dos casos, a terapia não funciona, pois os psicopatas eliminam qualquer possibilidade de entender que precisam de ajuda. De essência egocêntrica, eles não reconhecem o próprio problema. “Já tive pacientes psicopatas e a sessão toda é um desafio. Ele tenta desarticular você, a ação dele é voltada para desvalorizar o profissional, mostrar que estamos enganados e que ele é melhor”, lembra Antonio.


No trabalho

Psicopatas também são capazes de confundir impressões, pessoas e sempre jogar a seu favor. Têm traços narcísicos e não medem esforços para angariar benefícios para si. “O que importa para eles são o sucesso e o bônus. São habilidosos em usar as pessoas para conseguir seus objetivos”, diz Roberto. “O conselho que dou às organizações é: muito cuidado ao colocar poder nas mãos de pessoas que desconheçam. O poder tem que ser transferido aos poucos”.

Em uma entrevista recente, o especialista em psicologia experimental da Universidade de Oxford Kevin Dutton, autor de “The Wisdom of Psychopats” ("A Sabedoria dos Psicopatas"), afirma que incorporar a insensibilidade típica de um psicopata é positivo no mundo do corporativismo. “Este traço acentuado, no entanto, gera um grande prejuízo no ambiente de trabalho”, diz Roberto.

As organizações que optam por colocar em cargos de alto poder candidatos de perfil agressivo e aparentemente eficiente, sem uma checagem mais profunda, podem ter sérios problemas mais tarde. O psicopata tem dificuldade de se relacionar, é pouquíssimo sincero e muito habilidoso para burlar a própria companhia. “As fraudes internas são um dos grandes problemas das empresas atualmente, por isso se gasta tanto com segurança interna. A empresa pagará muito caro pelo desempenho inicial deste sujeito. Este tipo se faz de vítima, mas ao longo prazo vai armar contra a própria organização”, diz Roberto. Isso porque psicopatas são muito competentes em gerenciar a própria imagem e têm grande capacidade para vender ilusões.

domingo, 18 de agosto de 2013

Dormindo com o inimigo (psicopata)


Ela diz que é "poderosa". 

Poço de cinismo.

Na verdade, ela é INVEJOSA, GANANCIOSA, PERIGOSA, INESCRUPULOSA, DANOSA, CRIMINOSA.

E LADRA.

Matou o marido, deu um "showzinho" sobre o caixão e horas depois foi comemorar a liberdade (libertinagem) com o amante...

Amigos, leitores, vítimas desta escória: Todo o cuidado é pouco, diante de quem não apresenta qualquer traço de moralidade.

Importante é aprender a "conviver" e se defender dessa ralé.


Psicopata: gente embrutecida, que pode se comportar como fera, 
em geral ocultando seu caráter nocivo, sua maldade, sob falsos 
sorrisos e fingida generosidade. Um PERVERSO, uma PESTE, uma PRAGA. 
Como diz a música, "PESSOA NEFASTA".


CONVIVENDO COM UM PERVERSO

Nem era tão bonita assim. Sua educação, delicadeza e inteligência eram seu passaporte para conquistas que alimentavam a certeza quanto a sua infalibilidade. Com frequência sentia-se ameaçada por pessoas que desfrutavam de sua convivência há algum tempo e atribuía tal sensação à inveja que delas emanava. Nesses momentos, tornava-se agressiva e irônica, destilando em palavras e gestos sutis e velados toda sua ira, de forma a gerar no outro sentimentos de medo, a inibir a possibilidade de um entendimento. 

Sua incapacidade de perceber-se suscetível aos erros fazia com que sempre, em situações como esta, projetasse toda a culpa na outra pessoa, eximindo-se de qualquer responsabilidade e deixando, como alternativa de reparação, aceitar seus argumentos e submeter-se a eles. Com o tempo, a repetição dessa dinâmica neutralizava as forças e percepções do outro, destruindo gradativamente a auto estima daqueles que junto a ela permaneciam, apesar de toda a sua insensibilidade... 

Conviver com um perverso gera sentimentos infindáveis de culpa, inadequação, impotência e abandono, além de quadros severos de ansiedade e de depressão. É às custas de uma grande tensão interior que a vítima consegue acalmar seu algoz nas ocasiões em que se apresenta nervoso, que mascara o descontentamento com a relação e que se esforça para não reagir. O organismo vive em constante estado de alerta, liberando hormônios que depreciam o sistema imunológico e modificam os neurotransmissores cerebrais. 

A longo prazo, a persistência de taxas hormonais elevadas gera distúrbios que se instalam cronicamente como: palpitações, sensações de opressão, falta de ar, fadiga, perturbações do sono e digestivas, nervosismo, irritabilidade, dores de cabeça e abdominais, úlceras de estômago, doenças cardiovasculares e de pele, perda ou ganho de peso e, ainda, enfraquecimento. 

As estratégias básicas que norteiam um comportamento perverso, passada a fase do enredamento, são padrões agressivos nos quais pode-se notar o uso dos recursos da mentira, da linguagem paradoxal, da desqualificação, da recusa ao diálogo, todas elas como forma de confundir a vítima sobre a mensagem dada pelo agressor e a recebida por aquela, o que favorece a manutenção da manipulação e do controle na relação. 

Como irritar um perverso? Mostre que percebe seu jogo. É tentador imaginar-se virando o tabuleiro, deixando fluir a própria natureza perversa, mas é importante saber que normalmente o perverso não perde uma guerra. Travar uma batalha psíquica com alguém com essa natureza promove um desgaste físico e emocional tão intenso quanto manter-se inerte. 

O recomendável é evitar a sedução do jogo e proteger-se, buscando ajuda psicológica para que seja possível descobrir sentimentos e necessidades que promovem a vinculação a ele e o fortalecimento para libertar-se da relação ou o aprendizado necessário para lidar com ela. E, neste campo, não há espaço para ilusões!

Um perverso dificilmente muda seu padrão comportamental!