sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Psicopatas: como se proteger destes seres malignos



Como identificar e se proteger de psicopatas - O Caso Mariana Gonçalves



Como saber se o perigo mora ao lado? No Mais Você desta segunda, 14, Ana Maria Braga recebeu a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, autora do livro Mentes Perigosas, para analisar o caso da jovem Mariana Gonçalves de Souza, assassinada pelo pedreiro Luiz Carlos Oliveira na segunda-feira de carnaval, 7 de março, no Rio de Janeiro.

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Mariana, 21 anos, tinha ido à escola receber a mensalidade atrasada de uma aluna. Segundo uma testemunha, Luiz Carlos, que prestava serviços à família da jovem, teria entrado na escola pouco antes dela ter sido encontrada morta. A mãe, que estranhou a demora da filha, foi quem encontrou o corpo com marcas de espancamento e um corte profundo na garganta.
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Mais tarde, o pedreiro se entregou à polícia e confessou o crime. “Ele acabou com o sonho da minha família. Meus pais estão em estado de choque”, desabafou Fernanda Gonçalves. A irmã da vítima disse que Mariana nunca deu atenção fora do normal ao assassino. “Ele era uma pessoa que prestava serviços a todos ali”, disse.


Para a tia de Mariana, foi tudo premeditado. “Ele olhou pra ela porque ela era bonita e começou a premeditar para pegar a minha fadinha, o meu anjo”, disse Sueli. Ana Beatriz Barbosa também acredita que ele esperou oportunidade para agir. “Ele tem perfil de maníaco sexual. Não sei se você reparou, mas na casa dele tem roupas femininas. E sempre comentava, observava... Ele esperou uma oportunidade para agir, como com uma presa. Tem mecanismo predatório de animal”, analisou a psiquiatra.




CRIME PASSIONAL? 


Ana Beatriz Barbosa explica a diferença entre os crimes passionais clássicos dos crimes cometidos por psicopatas. “Passional não é matar por amor. Quem ama, não mata”, disse. “Passional envolve emoções e o psicopata é desprovido de emoções. Ele finge a emoção, ele sabe falar a emoção, mas ele não a sente. O que ele diz que é emoção, ele não demonstra em atos”, explica.

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Aparentemente um cara inofensivo? Ou alguém que dava pistas da insanidade? Segundo Ana Beatriz, antes de ser uma doença, a psicopatia é uma maneira de ser e de raciocinar e, por isso, não tem cura. “É um transtorno de personalidade”, disse a expert. A psiquiatra explicou que psicopatas têm uma mente racional e que buscam sempre o prazer, a diversão, o poder e o status. “O prazer está com o poder de subjugar o outro”.




CASO ELOÁ 


Em outubro de 2008, o país inteiro acompanhou as cem horas em que Eloá Pimentel, de apenas 15 anos, foi mantida refém pelo ex-namorado. O fim foi trágico. Inconformado com o término do relacionamento, Lindemberg Alves matou a jovem. Nayara Silva, amiga de Eloá, também estava no local e presenciou os momentos que chocaram o país. Ana Beatriz garante que o assassino se trata de um psicopata perigoso. “Foi capaz de manipular a polícia por cem horas dando uma de Romeu apaixonado. Ele dá a palavra que a menina iria sair, e não cumpre”.


Para ela, Lindemberg foi tratado como se fosse um caso de Romeu e Julieta.


“Ele saiu de lá numa altivez, raiva, arrogância de quem não cumpriu sua meta de matar. Ele não teve reação de quem perdeu seu amor”, analisou.


COMO IDENTIFICAR PSICOPATAS E SE PROTEGER 


A maioria dos psicopatas entra na vida das pessoas querendo algo, como verdadeiros parasitas, vampiros. Para fazer isso, se utilizam da confiança. “No início, vão demonstrando gentilezas, atitudes bajuladoras, dizem tudo o que você quer ouvir. Mas o que estas pessoas estão tramando é uma teia de confiança falsa para depois atacarem. Sempre deixam um rastro de destruição”, disse Ana Beatriz.

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A psiquiatra alerta para alguns comportamentos. “Ninguém surge na nossa vida sem um passado. A dica é sempre observar e desconfiar de pessoas muito gentis, que mandam muitos presentes e rapidamente se tornam muito amigas. Pode ser qualquer pessoa, homens e mulheres. São pessoas que se colocam na sua vida quase como se você dependesse delas”, disse.


Para Ana Beatriz, é importante vasculhar o passado destas pessoas. “Você vai descobrir histórias. E não podemos procurar justificá-las porque eles nos pegam no que é mais sagrado, que é o sentimento de compaixão. Não podemos abrir a guarda achando que pobres coitados são pessoas boas”. E ressalta que verificar de quem se trata, antes de abrir a porta da sua casa, é um direito. “É preciso se proteger com conhecimento, sem vergonha ou constrangimento de perguntar”. 

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